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É melhor não concentrar suas aplicações
da Reportagem Local
O mineiro Mauro Coelho investe
em ações há 13 anos. Já ganhou
muito dinheiro na Bolsa, mas não
tanto quanto perdeu na sua primeira aplicação, em 86.
Marinheiro de primeira viagem,
ele investiu US$ 35 mil em ações da
Wembley, uma indústria de confecções de Minas Gerais, do grupo
Coteminas. Era o auge do Plano
Cruzado, quando as Bolsas fervilhavam.
Um ano e meio depois, o plano já
naufragara, as Bolsas despencavam e as ações da Wembley estavam quase virando pó. Coelho
vendeu os papéis com um prejuízo
de US$ 29 mil.
"Nunca vou esquecer. O dinheiro que perdi daria para comprar
um apartamento na época", lamenta. O pior, segundo ele, foi ter
deixado passar a oportunidade de
realizar lucro com as ações.
Sua carteira chegou a valer US$
50 mil, mas, esperando novas altas,
ele não vendeu as ações. "Por inexperiência e ganância, eu me dei
mal", acrescenta.
Os papéis da Wembley só voltaram ao pico atingido em julho de
86 em outubro de 94, no Plano
Real. Um prazo, muito longo para
esperar o retorno, durante o qual o
papel chacoalhou numa montanha russa (veja gráfico nesta página).
Segundo Alexandre Mendes,
operador da corretora Patente,
Coelho cometeu alguns erros elementares: concentrar seus investimentos em um só papel e não observar a sua representatividade no
Ibovespa (Índice da Bolsa de Valores de São Paulo).
Historicamente, a Wembley
nunca pesou no índice, devido à
sua baixa liquidez. Atualmente, a
empresa tem uma atividade pequena na Bolsa.
No ano passado, chegou a ficar
três meses sem negócios. "Mas,
quando eles acontecem, o volume
é de R$ 1,8 milhão por dia, em média", diz Fernando Exel, diretor da
Economática.
É importante observar a representatividade de uma ação no Ibovespa antes de investir, pois ele reflete o volume financeiro (liquidez) e a evolução das cotações das
57 ações mais negociadas. Sua
composição é revista a cada três
meses.
"Em momentos de euforia nas
Bolsas, os papéis menos negociados também ganham liquidez e
preço", diz Mendes. Isso pode toldar a visão do investidor. "Quando
a Bolsa cai, essas ações perdem valor rapidamente e o volume de negócios com elas também diminui",
acrescenta.
(SB)
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