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Evite decisões emocionais ao investir
da Reportagem Local
O economista Jesus Alfredo Ruiz
Sulzer, 50 anos, de Campo Grande
(MS), se considera um expert em
finanças, devido à sua formação e
experiência no campo financeiro.
Mas, nos últimos tempos, andava olhando com inveja o extrato
bancário da mãe. "Enquanto ela
vivia tranquila com sua caderneta
de poupança, eu perdia dinheiro
em ações", lamenta-se.
Sulzer aplicou R$ 48 mil no fundo de ações Strategy, do Unibanco,
em fevereiro do ano passado. Esse
fundo acompanhava o Ibovespa
(Índice da Bolsa de Valores de São
Paulo) e, quando a Bolsa caiu, o
fundo veio abaixo. Em janeiro deste ano, Sulzer já havia perdido R$
16 mil.
"Fiquei com medo de perder tudo e resgatei a aplicação no dia 12
de janeiro", conta ele. "Estava com
vergonha de perder dinheiro no
mercado, apesar de ser economista, enquanto minha mãe, já idosa,
engordava sua poupança," diz.
Ele se arrepende daquela decisão. "Se tivesse tido mais sangue
frio, teria recuperado parte das
perdas", diz. "Fiquei sem saber o
que fazer e me precipitei".
Hora errada
Desde meados de janeiro, as Bolsas passaram a descrever uma curva ascendente e Sulzer perdeu esse
movimento. "Ele saiu no pior momento", diz Jorge Simino Júnior,
diretor de renda variável da UAM
(Unibanco Asset Management),
administradora do Strategy.
Desde que Sulzer sacou seu dinheiro do fundo, no dia 12 de janeiro, a rentabilidade do Strategy
subiu quase 50% (veja gráfico nesta página). "Com essa alta, ele teria
recuperado os R$ 16 mil", acrescenta Simino.
O fundo continua abaixo do Ibovespa médio, que, no período, subiu 63,4%. Parte dessa alta se deve
à puxada nos preços das ações da
Lightpar, que inflaram o índice nas
últimas semanas. "Mas, em abril,
essa distorção será corrigida e o
fundo poderá voltar a acompanhar
o Ibovespa", diz o executivo.
Para Simino, o investidor cometeu dois erros: ele deixou passar a
oportunidade de ganhos, sacando
na baixa, e não procurou orientação do banco antes de resgatar a
aplicação.
De fevereiro do ano passado,
quando entrou no fundo, até agosto, Sulzer teve ganhos. Poderia ter
saído naquela época.
Sulzer admite que agiu impulsivamente. "Numa situação dessas,
a gente deve parar para pensar e
buscar informações consistentes
no mercado", diz. No entanto, ele
revela não confiar muito nas
orientações disponíveis.
"Os gerentes de banco sabem
menos do que eu", diz. "Falta no
mercado uma entidade independente para orientar o pequeno investidor."
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