São Paulo, segunda, 29 de março de 1999

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INDICADORES
Taxas de juro, dólar e inflação estão em queda
Está na hora de rever sua carteira


da Redação

Há um mês, a imagem do país entre os investidores estrangeiros era de perda de credibilidade, motivada, então, pela ausência de autoridade monetária (a nova diretoria do Banco Central não havia ainda passado pelo Congresso), pela briga interna do governo federal com os governadores que ameaçavam promover uma moratória interna e pelas negociações com FMI (Fundo Monetário Internacional), que estavam emperradas.
"Nesse cenário, todo cuidado era recomendado, pois muitas incertezas rondavam os mercados", diz Antônio Costa, sócio da Oryx Asset Management.
Mas, hoje, a situação é outra. Esses problemas foram superados e, segundo Costa, há espaço para se buscar aplicações mais rentáveis (consequentemente, de maior risco). Nos últimos meses, ele recomendava os fundos DI, aqueles que seguem as taxas de juro diárias e são aplicações extremamente conservadoras. "Mas, agora, já é possível migrar parte dos recursos para fundos que tomem um pouco mais de risco", diz Costa.
Os analistas acreditam que as taxas de juro devem prosseguir na rota de queda. Nesse caso, o investidor deve reservar parte de suas economias para carteiras que tenham títulos prefixados (que ganham com os juros em queda).
O mercado de ações também deve ser considerado uma opção neste ano, quando você estiver revendo sua carteira de investimentos (leia texto na página 2-2). Rever suas aplicações, neste momento, é prudente, na avaliação de muitos analistas. Isso porque você pode ter alguns ganhos extras num cenário mais otimista.
Os analistas do alemão Dresdner Bank dizem que o Brasil deverá seguir os passos da Coréia e não os do México. Os dois países promoveram desvalorização cambial, mas a Coréia, no período seguinte à desvalorização, teve mais sucesso no controle da inflação do que o México.
Segundo projeções dos analistas do Dresdner, o índice de preços ao consumidor medido pela Fipe deverá mostrar uma inflação de 13% em 99. Trata-se de uma previsão extremamente otimista, pois o próprio governo trabalha com uma projeção de 16,8%.
A recessão está se mostrando mais eficiente para frear a remarcação de preços do que imaginavam alguns analistas. "A grande surpresa foi a divulgação da segunda quadrissemana do IPC da Fipe, que revelou uma inflação de 0,96%, com queda de 0,28 ponto percentual em relação à primeira quadrissemana", dizem os analistas da Liberal Asset Management, empresa do Bank of America. Com esse resultado, as projeções de inflação para março estão sendo revistas pelo banco para baixo.
Os analistas do Dresdner, capitaneados por Neil Dougall, estimam que o dólar, no final do ano, estará sendo cotado a R$ 1,80. "O acordo revisto com o FMI é coerente e tem credibilidade", dizem os analistas.



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