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AÇÕES
BB poderá vender ações, mas há o risco de diluição de participações, com possível aumento de capital
Banco do Brasil procura novos acionistas
MARA LUQUET
Editora do Folhainvest
O BB (Banco do Brasil) poderá
anunciar, nos próximos meses,
uma oferta de venda de ações ao
público. O programa, que chegou a
ser cogitado no ano passado, poderá ser desengavetado a partir
dos próximos meses.
Seria uma excelente oportunidade para quem quer aplicar parte de
suas economias no maior banco
brasileiro.
As ações do BB estão sendo cotadas a preços muito baixos e a oferta
pode pressionar ainda mais esses
papéis. A ação Brasil PN, que era
cotada a R$ 0,015446 em maio do
ano passado, foi negociada, na última sexta-feira, a R$ 0,00921, o
que representou uma queda de
40% no período.
Mas, se você faz parte do time
que quer se candidatar a esses papéis, cuidado ao fazer a análise do
papel e, principalmente, observe
os riscos dessas ações.
O maior deles, na avaliação do
mercado, é a possibilidade de o BB
fazer um novo aumento de capital
ainda este ano.
Nesse caso, sua participação no
capital da empresa seria diluída (se
quisesse manter sua participação
após a chamada de capital, você
precisaria fazer um novo desembolso). Analistas, portanto, dizem
que seria melhor esperar o aumento de capital, para, só então, fazer o
investimento.
Pelas normas do Banco Central,
o patrimônio líquido dos bancos
que operam no Brasil tem de representar, no mínimo, 11% dos
seus ativos (empréstimos), ponderados pelo risco do tomador.
No BB, esse índice (conhecido
como alavancagem) é de 11,1%. No
Banespa, a alavancagem é de
38,7%, no Unibanco, de 14,2%, no
Bradesco, de 17,6%, e no Itaú, de
21,3%.
"Se o Banco Central aumentar a
exigência do nível de capitalização
do sistema financeiro, a alternativa
será aumentar o capital do banco",
diz Carlos Gonçalves Caetano, diretor financeiro do BB.
Segundo ele, o BB conseguiria se
enquadrar se o Banco Central aumentasse a exigência para até 12%.
Acima desse percentual, o banco
teria de aumentar seu patrimônio
líquido, exigindo um novo aporte
de seus acionistas.
Essa declaração de Caetano frustrou alguns analistas que tinham a
expectativa de ver a BB DTVM
(Distribuidora de Títulos e Valores
Mobiliários do BB) vendida ainda
este ano.
"O dinheiro da venda serviria para a capitalização", diz João Paulo
Tutti, analista da corretora Fator,
Doria&Atherino.
Mesmo assim, ele mantém sua
recomendação de compra para as
ações do BB, pois o papel está sendo negociado a um preço que já
embute as notícias ruins.
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