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Supervalorizada, escrava do Brasil vale 5.000
DE LONDRES
Os escravos sexuais
brasileiros, na
maioria mulheres
jovens de zonas rurais, têm
um valor relativamente
mais alto no mercado internacional, especialmente na
Itália, tanto para aquisição
quanto em termos de preço
do "ato sexual comercial",
diz Siddharth Kara.
Uma comparação entre
12 países revela que o Brasil
lidera no preço de compra
da escrava e na hora cobrada no mercado italiano.
Segundo tabela que consta do livro lançado pelo pesquisador, a mulher brasileira é vendida em média por
5.000 (cerca de R$ 15 mil), e
seu "ato sexual comercial"
custa em torno de 40. O
país aparece à frente de
Rússia ( 3.500 pela mulher, 30 pela relação sexual), Romênia ( 2.000 e
20, respectivamente) e
mais nove países, a maioria
do Leste Europeu.
De acordo com o autor, as
brasileiras acabam vítimas
de um mecanismo mais "sofisticado" desenvolvido no
país, em que as escravas sexuais passam por uma "triagem" ou "estágio" nos grandes centros urbanos antes
de serem "exportadas".
"O processo em duas etapas -tráfico interno seguido de tráfico internacional- é um desenvolvimento novo, baseado num modelo de negócio mais sofisticado. As escravas ficam
menos resistentes, então se
avalia quais serão mais facilmente exploradas no exterior -com menos chances de escapar", diz. "Outras
são traficadas internacionalmente desde o início."
Na escravidão em geral, o
Brasil é um dos países mais
lucrativos para o crime: os
escravos que trabalham em
carvoarias são a terceira categoria mais lucrativa no
mundo, só atrás dos que são
explorados sexualmente e
dos que são usados para o
tráfico de órgãos. Os lucros
da escravidão nas carvoarias do país são de US$
7.500 por ano, por escravo,
pelos cálculos do autor.
"No Brasil, a escravidão
por dívida é uma das principais formas e ocorre principalmente na agricultura e
nas carvoarias, nas zonas
rurais do país", diz Kara.
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