São Paulo, domingo, 01 de setembro de 2002
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Cartas registradas BARBARA HELIODORA , crítica de teatro e tradutora de peças de William Shakespeare "A correspondência entre George Bernard Shaw (1856-1950) e a sra. Patrick Campbell -que ele chamava "Beatricissima"- é muito rica, trata de todos os aspectos da vida da época: as viagens, a política, os costumes. E virou uma ótima peça, "Dear Liar" (Querido Mentiroso)." KATHRIN ROSENFIELD , crítica literária, autora de "Antígona - De Sófocles a Hölderlin" (ed. L&PM) "Mozart (1756-91) escreve ao arcebispo de Salzburgo: "Hoje vi um fraque vermelho -preciso tê-lo!". É delicioso como ele joga no papel a pulsação viva de um desejo. É a mesma presença imediata que sentimos na sua música -também escrita às pressas, no instante." ANTONIO QUINET , psicanalista, autor de "Um Olhar a Mais" (ed. Jorge Zahar) "É o "manuscrito K" (chamado de "Conto de Natal'), anexo à carta de 1º/1/1896 de Freud a Fliess. Freud (1856-1939) estabelece ali os fundamentos da psicanálise, mostrando que a nossa patologia é determinada pelo encontro sexual (sempre traumático) com o outro, que fica inscrito no inconsciente." LISETTE LAGNADO , crítica de arte e curadora, autora de "Leonilson -São Tantas as Verdades" (ed. DBA) "No fundo, nunca gostei de correspondência alheia, pela invasão indébita, ilícita, e porque não acho que seja um gênero forte da literatura. Apenas documentos da história que os editores manipulam comercialmente. Em geral, são também mal editados. Ou falta um pedaço da carta (por razões "morais" envolvendo pessoas vivas); ou não tem o vaivém. Isso posto, tenho um exemplo maravilhoso de correspondência, que são as cartas de Kafka (1883-1924), um instrumento de leitura que complementa seus diários. Gosto delas porque não as leio como cartas, mas para me aproximar das questões de um dos maiores escritores do século 20." Texto Anterior: + livros: Linhas da inquietação Próximo Texto: As palavras da hora Índice |
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