|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Leia trecho do texto premiado
FLÁVIA HELENA PÉRET
Ao vasculhar livros e memórias, conversar com as pessoas e ouvir inúmeras histórias, descobrimos que a trajetória da imprensa gay é um território cheio de buracos, de desvios e de caminhos interrompidos. Aprendemos
também que a história é feita de fracassos. E essa palavrinha
impertinente -fracasso- revela a principal marca da imprensa gay brasileira, a insubordinação.
Uma imprensa que, mesmo diante de tantos problemas,
manteve-se insubordinada às formas tradicionais de produção, veiculação e distribuição de informação, às ideias em seus
devidos lugares, à moral sexual, à igreja, ao mercado editorial.
Se existe um denominador comum nos relatos deste livro,
ele é o esforço -coletivo e individual- de pessoas comprometidas com uma ideia tão simples na teoria, mas complexa na
prática: dar voz e visibilidade a uma parcela da população que,
por amar e expressar sua identidade sexual de forma não hegemônica, precisa encontrar brechas, durante séculos e, infelizmente, até hoje, para ocupar um espaço que constitucionalmente é de direito de todos os cidadãos. O direito de vivenciar
sua sexualidade livremente.
Trecho de "Imprensa Gay no Brasil", a ser editado pela Publifolha.
Texto Anterior: Folha Memória define vencedor Próximo Texto: +Sociedade: De má fé Índice
|