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Há alternativas, novos temas ou enfoques que devam ser incorporados ao ensino de economia?
3. Aumentar o formalismo
LUIS HENRIQUE BRAIDO
ESPECIAL PARA A FOLHA
O princípio básico da
ciência econômica
-denominado individualismo metodológico- enfatiza a liberdade de escolha do
indivíduo frente às estruturas
sociais. Portanto, não há como
iniciar um curso de economia
sem ensinar os modelos de escolha individual.
Como a relação entre indivíduos livres é intermediada por
mercados ou outros mecanismos sociais, o conhecimento
rigoroso sobre equilíbrio geral,
teoria dos jogos, desenho de
mecanismos, externalidades e
assimetria de informação
constitui o segundo pilar de
qualquer programa na área.
Por fim, como a seleção entre
teorias alternativas depende de
testes empíricos, o economista
moderno necessita de sólida
formação quantitativa.
A separação entre temas macroeconômicos e microeconômicos está superada. A profissão dispõe de um corpo teórico
consolidado para analisar temas tão diversos quanto finanças; comércio internacional;
políticas monetária, fiscal,
cambial e industrial; história
econômica; regulação e defesa
da concorrência; previdência;
meio ambiente; desigualdade
social; crime e educação.
A abordagem desses temas
baseia-se no método científico,
que enaltece a dedução lógica
formal e o confronto de suas
conclusões com fatos observáveis. A utilização desse método
permitiu à civilização ocidental
alcançar notável progresso tecnológico nos últimos séculos.
Ao dotar seus alunos desse
poderoso instrumental analítico, o curso de economia capacita-os a diferentes desafios profissionais. Para tanto, cabe às
instituições brasileiras elevar o
formalismo no ensino de teoria
econômica e ampliar o número
de docentes e discentes envolvidos em pesquisas científicas
de nível internacional.
LUIS HENRIQUE BERTOLINO BRAIDO é diretor
de ensino da Escola de Economia da FGV-RJ.
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