São Paulo, domingo, 15 de março de 2009

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Documentário retratará luta contra o tempo

EM SÃO PAULO

Nelson Hoineff, 58, diz que ouve Cauby Peixoto desde criancinha. Já tentou se aproximar antes do cantor pensando num filme, mas foi só agora que o projeto engrenou e o contrato foi assinado.
Neste ano, enquanto lança "Caro Francis" (sobre Paulo Francis, em maio) e "Alô, Alô, Teresinha" (sobre Chacrinha, em novembro), o jornalista e cineasta acompanhará os passos do cantor tendo como enfoque sua luta para ser eterno. Por isso, o documentário já tem nome: "Cauby - Começaria Tudo Outra Vez". (LFV)

 

FOLHA - Por que Cauby?
NELSON HOINEFF -
Há uma coisa nele que me encanta, e o filme vai ser construído em cima disso, que é o recomeço permanente. Cauby é um cara que conheci aos cinco anos e sua atitude é absolutamente idêntica hoje. Ele desafia o tempo, a queda. Fui ver noutro dia o show no bar Brahma, e 70% do público tinha 20 anos de idade. É incrível.

FOLHA - O objetivo é investigar o que é real e o que é personagem em Cauby?
HOINEFF -
Totalmente. Na verdade, o que me fascina é que ele é um personagem. A luta do personagem do Cauby é a da neutralização do tempo. É a busca por não envelhecer.

FOLHA - O que ele tem de especial como artista?
HOINEFF -
O que me interessa em um artista não é se o show é pirotécnico ou se a voz é boa, mas se está dialogando comigo. Eu reconheço isso em três ou quatro artistas brasileiros, como Caetano [Veloso], João Gilberto e Cauby. Em cada música que está interpretando, Cauby não está simplesmente jogando a voz, mas contando uma história. Ele sabe do que está falando.

FOLHA - Quando o filme começará a ser feito?
HOINEFF -
Depende dos mecanismos de produção, mas já decidi: vou começar a gravar os shows agora, mesmo que não tenha saído verba de patrocínio.


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