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Documentário retratará luta contra o tempo
EM SÃO PAULO
Nelson Hoineff, 58,
diz que ouve Cauby
Peixoto desde
criancinha. Já tentou se
aproximar antes do cantor
pensando num filme, mas
foi só agora que o projeto
engrenou e o contrato foi
assinado.
Neste ano, enquanto lança "Caro Francis" (sobre
Paulo Francis, em maio) e
"Alô, Alô, Teresinha" (sobre
Chacrinha, em novembro),
o jornalista e cineasta
acompanhará os passos do
cantor tendo como enfoque
sua luta para ser eterno.
Por isso, o documentário
já tem nome: "Cauby - Começaria Tudo Outra Vez".
(LFV)
FOLHA - Por que Cauby?
NELSON HOINEFF - Há uma
coisa nele que me encanta, e
o filme vai ser construído
em cima disso, que é o recomeço permanente. Cauby é
um cara que conheci aos
cinco anos e sua atitude é
absolutamente idêntica hoje. Ele desafia o tempo, a
queda. Fui ver noutro dia o
show no bar Brahma, e 70%
do público tinha 20 anos de
idade. É incrível.
FOLHA - O objetivo é investigar
o que é real e o que é personagem em Cauby?
HOINEFF - Totalmente. Na
verdade, o que me fascina é
que ele é um personagem. A
luta do personagem do
Cauby é a da neutralização
do tempo. É a busca por não
envelhecer.
FOLHA - O que ele tem de especial como artista?
HOINEFF - O que me interessa em um artista não é se o
show é pirotécnico ou se a
voz é boa, mas se está dialogando comigo.
Eu reconheço isso em
três ou quatro artistas brasileiros, como Caetano [Veloso], João Gilberto e
Cauby. Em cada música que
está interpretando, Cauby
não está simplesmente jogando a voz, mas contando
uma história. Ele sabe do
que está falando.
FOLHA - Quando o filme começará a ser feito?
HOINEFF - Depende dos mecanismos de produção, mas
já decidi: vou começar a gravar os shows agora, mesmo
que não tenha saído verba
de patrocínio.
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