WALTERCIO CALDAS
ESPECIAL PARA A FOLHA

Meu livro fundamental é "Os Cantos de Maldoror", escrito pelo Conde de Lautréamont, pseudônimo de Isidore Ducasse [ed. Iluminuras]. Autor de apenas dois livros ("Os Cantos", 1869, e "Poesias", 1870), escreve vertiginosamente por meio de imagens essenciais e nos coloca frente a frente com a energia inaugural da beleza, uma beleza terrível, mas fundamental. Num fim de tarde, muito jovem, sentado em um banco de praça, li pela primeira vez um dos "Cantos". Nunca mais fui o mesmo. Se, ainda hoje, desconfio por algum motivo das qualidades estimulantes do desconhecido, volto a este livro. E nunca é o mesmo livro.

WALTERCIO CALDAS , 62, é artista plástico. Expõe na mostra "Múltiplos Sentidos", no RJ.


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