São Paulo, domingo, 17 de junho de 2007

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"Desconheço evidências de grande efeito terapêutico"

DA REPORTAGEM LOCAL

A discussão sobre a legalização da maconha como droga medicinal no Brasil ainda é uma ferida aberta na comunidade científica, e a principal associação psiquiátrica do país não reconhece a planta como algo pronto para ser usado em terapias.
O tema polêmico -que foi colocado na geladeira pelo Ministério da Saúde- teve seu ponto de visibilidade máximo em agosto do ano passado. Na época, um grupo de intelectuais encabeçados pelo psiquiatra Dartiu Xavier e pelo farmacólogo Elisaldo Carlini, ambos da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), redigiu uma carta pública criticando a posição da ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria) sobre o assunto.
Entre os pesquisadores "rebeldes" estavam misturados alguns que defendiam abertamente a legalização da maconha e outros que defendiam apenas seu uso médico. A ABP diz ser contra o primeiro, mas afirma estar aberta para a pesquisa experimental de canabinóides e até mesmo da planta em si como remédio.
Segundo o psiquiatra Roberto Laranjeira, responsável por buscar um consenso na associação, porém, a discórdia ocorre mais em relação aos benefícios do que aos malefícios.
"Eu desconheço as evidências de que a maconha tenha algum grande efeito terapêutico", disse o médico à Folha. "Quando você faz ensaios clínicos protocolados, comparando-a com as melhores drogas para tratar cada caso, elas não aparecem."
Outros pontos onde não há consenso são o risco de vício que a planta oferece e sua associação com problemas mentais como esquizofrenia. A ABP também reconhece a existência de síndrome de abstinência da maconha.


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