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"Desconheço evidências de grande efeito terapêutico"
DA REPORTAGEM LOCAL
A
discussão sobre a legalização da maconha como droga medicinal no Brasil ainda é
uma ferida aberta na comunidade científica, e a principal associação psiquiátrica
do país não reconhece a
planta como algo pronto
para ser usado em terapias.
O tema polêmico -que
foi colocado na geladeira
pelo Ministério da Saúde-
teve seu ponto de visibilidade máximo em agosto do
ano passado. Na época, um
grupo de intelectuais encabeçados pelo psiquiatra
Dartiu Xavier e pelo farmacólogo Elisaldo Carlini, ambos da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo),
redigiu uma carta pública
criticando a posição da ABP
(Associação Brasileira de
Psiquiatria) sobre o assunto.
Entre os pesquisadores
"rebeldes" estavam misturados alguns que defendiam abertamente a legalização da maconha e outros
que defendiam apenas seu
uso médico. A ABP diz ser
contra o primeiro, mas afirma estar aberta para a pesquisa experimental de canabinóides e até mesmo da
planta em si como remédio.
Segundo o psiquiatra Roberto Laranjeira, responsável por buscar um consenso
na associação, porém, a discórdia ocorre mais em relação aos benefícios do que
aos malefícios.
"Eu desconheço as evidências de que a maconha
tenha algum grande efeito
terapêutico", disse o médico à Folha. "Quando você
faz ensaios clínicos protocolados, comparando-a
com as melhores drogas para tratar cada caso, elas não
aparecem."
Outros pontos onde não
há consenso são o risco de
vício que a planta oferece e
sua associação com problemas mentais como esquizofrenia. A ABP também reconhece a existência de síndrome de abstinência da
maconha.
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