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Com García Márquez, Vargas Llosa é expoente do realismo mágico
DA REDAÇÃO
O peruano Mario Vargas Llosa é um dos principais expoentes do realismo mágico, estratégia narrativa e movimento literário presente especialmente
na América Latina na segunda
metade do século passado. O
estilo se carateriza pela inclusão de elementos fantásticos
em textos realistas, criando
uma ambientação rica e inquietante, familiar e surreal.
O realismo mágico foi preconizado pelo mexicano Juan
Rulfo (1918-86), uma das principais influências do gênero.
Um de seus formuladores foi
Alejo Carpentier (1904-80), autor de "O Século das Luzes"
(Cia. das Letras) e de "O Reino
deste Mundo" (Civilização Brasileira), em que já utiliza a expressão "real maravilhoso".
Outro grande nome é o colombiano Gabriel García Márquez (1928), autor de "Cem
Anos de Solidão", "Amor nos
Tempos de Cólera" (ambos pela ed. Record), entre outros, e
ganhador do Nobel em 1982.
O realismo mágico foi apontado por críticos como o resultado natural da narrativa pós-colonial, que teria que dar sentido a duas realidades separadas: a do conquistador e a do
conquistado. O estilo faz uma
releitura da história latino-americana e das identidades
nacionais, apropriando-se de
fontes populares e nativas.
Foi posto em prática de forma refratada por, entre outros,
os argentinos Jorge Luis Borges (1899-1986) e Julio Cortázar (1914-84), a chilena Isabel
Allende (1942) e o uruguaio
Juan Carlos Onetti (1909-94),
autor de "A Vida Breve" (ed.
Planeta), entre outros.
Nos últimos anos, o realismo
mágico foi deixado de lado por
uma nova geração de escritores
da América Latina, que criaram
o "realismo urbano". Aqui, inquietudes existenciais e a violência urbana se destacam em
metrópoles coalhadas de desigualdades. Esses autores, como
o colombiano Efraim Medina
Reyes (1970), autor de "Técnicas de Masturbação entre Batman e Robin" (Planeta), incorporam elementos da cultura
pop e adotam como modelo escritores como Paul Auster.
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