São Paulo, domingo, 18 de junho de 2006

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Com García Márquez, Vargas Llosa é expoente do realismo mágico

DA REDAÇÃO

O peruano Mario Vargas Llosa é um dos principais expoentes do realismo mágico, estratégia narrativa e movimento literário presente especialmente na América Latina na segunda metade do século passado. O estilo se carateriza pela inclusão de elementos fantásticos em textos realistas, criando uma ambientação rica e inquietante, familiar e surreal.
O realismo mágico foi preconizado pelo mexicano Juan Rulfo (1918-86), uma das principais influências do gênero. Um de seus formuladores foi Alejo Carpentier (1904-80), autor de "O Século das Luzes" (Cia. das Letras) e de "O Reino deste Mundo" (Civilização Brasileira), em que já utiliza a expressão "real maravilhoso".
Outro grande nome é o colombiano Gabriel García Márquez (1928), autor de "Cem Anos de Solidão", "Amor nos Tempos de Cólera" (ambos pela ed. Record), entre outros, e ganhador do Nobel em 1982.
O realismo mágico foi apontado por críticos como o resultado natural da narrativa pós-colonial, que teria que dar sentido a duas realidades separadas: a do conquistador e a do conquistado. O estilo faz uma releitura da história latino-americana e das identidades nacionais, apropriando-se de fontes populares e nativas.
Foi posto em prática de forma refratada por, entre outros, os argentinos Jorge Luis Borges (1899-1986) e Julio Cortázar (1914-84), a chilena Isabel Allende (1942) e o uruguaio Juan Carlos Onetti (1909-94), autor de "A Vida Breve" (ed. Planeta), entre outros.
Nos últimos anos, o realismo mágico foi deixado de lado por uma nova geração de escritores da América Latina, que criaram o "realismo urbano". Aqui, inquietudes existenciais e a violência urbana se destacam em metrópoles coalhadas de desigualdades. Esses autores, como o colombiano Efraim Medina Reyes (1970), autor de "Técnicas de Masturbação entre Batman e Robin" (Planeta), incorporam elementos da cultura pop e adotam como modelo escritores como Paul Auster.


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