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LÍNGUA
Pelé e telenovela são alguns dos 2.000 novos verbetes do volume lançado na Inglaterra
Novo dicionário de Oxford redefine todos seus termos
de Londres
A editora Oxford University lançou no mês passado o que ela garante ser o maior dicionário de inglês compilado em um único volume.
Com 350 mil verbetes, o "New
Oxford Dictionary of English" foi
escrito "do zero". Ou seja, todas
as palavras já reconhecidas por
outros dicionários da editora foram inteiramente redefinidas. Outros 2.000 novos termos também
foram incluídos.
O novo dicionário começou a ser
preparado há seis anos. O levantamento das novas palavras foi feito
por uma equipe de cerca de 60 acadêmicos, cientistas e especialistas
de vários países de língua inglesa.
Segundo a editora, o objetivo foi
preparar o dicionário mais internacional possível, registrando tendências do idioma em todo o
mundo.
Entre algumas das novas definições estabelecidas pelo "New Oxford Dictionary" (leia algumas
abaixo) constam "homogamy"
(casamento entre pessoas de mesma classe social), "contactee"
(pessoa que alega ter sido contatada por aliens) e "beard" (barba
-mulher que acompanha gays
em eventos sociais para ajudar a
encobrir sua homossexualidade).
Pelé é um dos 4.000 nomes próprios definidos pelo "New Oxford
Dictionary": "Considerado um
dos maiores jogadores de futebol
de todos os tempos". Outros personagens contemporâneos são
Gates (Bill Gates, "o mais novo
multibilionário da história americana") e Blair (o primeiro-ministro britânico Tony Blair).
Chama a atenção no dicionário o
número de termos "adotados" de
outros idiomas. Telenovela, bruschetta (torradas com azeite de oliva, tomate e alho), Dom Pedro
(drinque sul-africano que mistura
sorvete e uísque) e otaku (jovem
obcecado por computador) são alguns exemplos de estrangeirismos
agora incorporados oficialmente
ao inglês pelo "New Oxford Dictionary".
O dicionário autorizou, ainda, a
separação do infinitivo por advérbios, considerando corretas frases
como "to sadly smile" (sorrir
tristemente).
A inovação causou grande sensação na imprensa britânica. É que
essa construção é usualmente considerada incorreta, sob a argumentação de que o inglês deveria
manter um paralelismo com o latim, no qual o infinitivo é formado
por apenas uma palavra, sendo,
portanto, indivisível. O correto,
pois, nesse caso seria dizer "to
smile sadly".
"O inglês não é o mesmo que o
latim. No inglês corrente o princípio de permitir a separação do infinitivo é amplamente aceito como
normal e útil", argumenta o dicionário.
(IV)
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