São Paulo, domingo, 20 de setembro de 1998

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LÍNGUA
Pelé e telenovela são alguns dos 2.000 novos verbetes do volume lançado na Inglaterra
Novo dicionário de Oxford redefine todos seus termos

de Londres

A editora Oxford University lançou no mês passado o que ela garante ser o maior dicionário de inglês compilado em um único volume.
Com 350 mil verbetes, o "New Oxford Dictionary of English" foi escrito "do zero". Ou seja, todas as palavras já reconhecidas por outros dicionários da editora foram inteiramente redefinidas. Outros 2.000 novos termos também foram incluídos.
O novo dicionário começou a ser preparado há seis anos. O levantamento das novas palavras foi feito por uma equipe de cerca de 60 acadêmicos, cientistas e especialistas de vários países de língua inglesa. Segundo a editora, o objetivo foi preparar o dicionário mais internacional possível, registrando tendências do idioma em todo o mundo.
Entre algumas das novas definições estabelecidas pelo "New Oxford Dictionary" (leia algumas abaixo) constam "homogamy" (casamento entre pessoas de mesma classe social), "contactee" (pessoa que alega ter sido contatada por aliens) e "beard" (barba -mulher que acompanha gays em eventos sociais para ajudar a encobrir sua homossexualidade).
Pelé é um dos 4.000 nomes próprios definidos pelo "New Oxford Dictionary": "Considerado um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos". Outros personagens contemporâneos são Gates (Bill Gates, "o mais novo multibilionário da história americana") e Blair (o primeiro-ministro britânico Tony Blair).
Chama a atenção no dicionário o número de termos "adotados" de outros idiomas. Telenovela, bruschetta (torradas com azeite de oliva, tomate e alho), Dom Pedro (drinque sul-africano que mistura sorvete e uísque) e otaku (jovem obcecado por computador) são alguns exemplos de estrangeirismos agora incorporados oficialmente ao inglês pelo "New Oxford Dictionary".
O dicionário autorizou, ainda, a separação do infinitivo por advérbios, considerando corretas frases como "to sadly smile" (sorrir tristemente).
A inovação causou grande sensação na imprensa britânica. É que essa construção é usualmente considerada incorreta, sob a argumentação de que o inglês deveria manter um paralelismo com o latim, no qual o infinitivo é formado por apenas uma palavra, sendo, portanto, indivisível. O correto, pois, nesse caso seria dizer "to smile sadly".
"O inglês não é o mesmo que o latim. No inglês corrente o princípio de permitir a separação do infinitivo é amplamente aceito como normal e útil", argumenta o dicionário. (IV)



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