São Paulo, domingo, 22 de junho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MANOEL CARLOS

O autor
Rosa é um criador, inventor de palavras e de ricas expressões, cuja leitura me passa a sensação do novo, do nunca lido nem ouvido, o que, muitas vezes, me leva à admiração mais do que à emoção. Enquanto Machado segue em seu passo regular, inovando por dentro daquilo que diz sem esforço, aparentemente pouco preocupado com o estilo, a forma. Aparentemente, repito.
É como alguém que conversa ao pé do fogo, que observa o mundo da porta de uma confeitaria, sem perder nada do que se passa diante dos seus olhos, mas sem se surpreender com coisa nenhuma. E, sendo assim, também aparentemente tão simples, trivial, me transmite grande emoção. Por isso tudo, fico com Machado.

A obra
Eu fico com a reunião de todos, todos sem exceção, dos seus contos, que leio e releio quase ininterruptamente há mais de 50 anos. Entre os romances, detendo-me na fase realista, a escolha fica mais difícil, já que toda a sua obra, para mim, é perfeita, mas destaco o "Brás Cubas", em que -além da emoção já mencionada, que permeia tudo que escreveu- se esconde na claridade uma sabedoria que não tem igual na literatura brasileira e que é difícil encontrar em qualquer outra literatura do mundo.


MANOEL CARLOS é autor de telenovelas como "Páginas da Vida" e de livros como "A Arte de Reviver" (Ediouro)


Texto Anterior: Alcir Pécora
Próximo Texto: Milton Hatoum
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.