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POEMA
SEM RUÍDO ALGUM DE SÍLABAS
ouço com isso outra coisa
o poço seria o coração
cada parede um tecido do vazio
vozes se juntam cúmplices de um crime incerto
alguém gostaria: sem comparação
eu jamais o vi assim
mão infantil
o dinheiro na parte mais sombria
ele falava de blocos de espaço
e de blocos de duração
refletir, claro: a mão dele sobre o papel
é o exercício mais baixo
que permite seguir
uma redução geográfica
eles esperavam ser percebidos
...
apoiada contra duas imagens
avançar dentro do escuro
tudo calmo no exterior de um corpo
dizer a você uma só coisa
(sem nisso usar a boca
nem a língua
e sem ruído algum de sílabas)
os gestos de raiva
uma gestação de fios
líquido de mim se aparta
Tradução de Régis Bonvicino.
SANS AUCUN BRUIT DE SYLLABES
j"entends par cela tout autre chose
le puits serait le coeur
chaque mur un accomplissement du vide
des voix s'y ajoutent complices d'un crime incertain
on se voudrait sans comparaison
je ne t'avais jamais vue ainsi
une main enfantine
l' argent dans la pièce la plus sombre
il parlait de blocs d' espace
et de blocs de durée
j'ai besoin de penser à ta main sur le papier
c'est l'exercice le plus bas
qui permet de suivre
une réduction géographique
ils attendaient d'être perçus
...
appuyée contre les deux images
avancer dans le noir
tout est calme à l'extérieur d'un corps
te dire une seule chose
(sans y employer la bouche
ni la langue
et sans aucun bruit de syllabes)
des gestes de colère
une génération de tissage
liquide ne m'appartient pas
CLAUDE ROYET-JOURNOUD
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