São Paulo, domingo, 24 de junho de 2007

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Sarney votou a favor; Itamar e Tancredo, contra

DA REDAÇÃO

A emenda nø 9/77, que permitiu a dissolução do casamento, foi beneficiada pela redução, dois meses antes, da quantidade de votos necessários à aprovação de emendas constitucionais -de dois terços para a maioria do Congresso.
Assim, a emenda pôde ser aprovada por 219 votos a 161, na primeira votação, e 226 a 159, na segunda (o placar mínimo caíra de 282 para 212).
Se já houvesse a mudança em 1975, os divorcistas poderiam ter celebrado mais cedo: a emenda nø 5, proposta também por Nelson Carneiro, fora derrotada com 222 votos favoráveis, contra 145.
Criticado por tirar proveito da medida governista que facilitou a mudança na Constituição, Carneiro, senador pelo MDB, afirmou que o projeto era "apolítico".
Quem votou
Alguns dos mais importantes políticos da história recente do país eram parlamentares em 1977. Participaram das votações da emenda nø 9 os ex-presidentes José Sarney (que votou a favor) e Itamar Franco (contra) -à época, senadores. O deputado Tancredo Neves (1910-85), depois eleito presidente, votou contra a emenda.
Entre os então senadores estavam o ex-ministro Jarbas Passarinho e o ex-governador de São Paulo Orestes Quércia, a favor; e Gustavo Capanema, ministro da Educação da era Vargas, contra. Franco Montoro (1916-99), governador de São Paulo de 1983 a 87, havia votado contra em 1975, mas não compareceu às votações de 1977.
Entre os deputados estavam, por exemplo, os ex-governadores Jader Barbalho (PA) e Alceu Collares (RS), a favor -assim como o relator licenciado do Conselho de Ética do Senado, Epitácio Cafeteira (MA). Ibrahim Abi-Ackel, que presidiu a CPI do Mensalão em 2006, votou contra o divórcio em 1977.


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