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fixação fatal
SETE ARTISTAS, COMO OS INGLESES MARC QUINN E DAMIEN HIRST, O AMERICANO
PAUL McCARTHY E A BRASILEIRA MARINA SALEME, POSAM PARA ENSAIOS
FOTOGRÁFICOS QUE RETRATAM O UNIVERSO MÓRBIDO DE SUAS OBRAS
do "Independent"
Arte é tormento. Sangue, violência e morte sempre assombraram a obra dos grandes mestres. Das "Sarabandas" de Bruegel e as "Bruxas" de Goya às autópsias de Rembrandt e a carne torturada de Francis Bacon, a violência vermelha, gritante está há muito tempo no coração da cultura ocidental.
Hoje, porém, a arte contemporânea passou para outro estágio. Atualmente os criadores não se contentam mais em representar a violência -preferem realizá-la. Muitos chegam a usar
carne, sangue e sofrimento como elementos constituintes de
sua linguagem artística. Às vezes eles se mutilam; em outras
ocasiões, exibem carcaças de animais. O sangue, seja animal,
humano ou o bom e velho ketchup, corre livremente. Mas por
quê? Como explicar esse fenômeno? Qual seu significado? Há
nele uma dimensão religiosa?
O fotógrafo Gérard Rancinan e a escritora Virginie Luc passaram vários meses viajando entre a Europa e os Estados Unidos
para conhecer alguns dos mais famosos artistas do mundo e
documentar sua visão obscura numa série de retratos únicos.
Foi uma jornada chocante e às vezes repugnante. Os resultados
talvez não sejam bonitos, mas nos dizem algo sobre a cultura
em que vivemos e podem até projetar uma nova luz sobre o estado do processo criativo -à medida que seis [e, a convite do Mais!, a brasileira Marina Saleme] importantes artistas modernos explicam em suas próprias palavras sua fixação fatal.
Tradução de Luiz Roberto Mendes Gonçalves.
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