São Paulo, domingo, 29 de novembro de 2009

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Parque é símbolo da política indigenista

O Parque Indígena do Xingu (PIX) tornou-se um símbolo de alcance internacional, ainda que ambíguo, da política indigenista brasileira.
Criada em 1961 com 2,6 milhões de hectares (26 mil km2, quase o tamanho de Alagoas), a gigantesca terra indígena abriga hoje pelo menos 15 etnias em convívio pacífico.
No passado, porém, alguns desses povos eram inimigos, como os icpengues, trazidos de fora do território do PIX, e os uaurás.
A internação na vizinhança de adversários tradicionais foi o preço pago pela oportunidade de sobrevivência. Quando chegaram ao parque, sobravam só 46 txicões, como eram chamados os icpengues, e couberam todos numa balsa. O rio Xingu, com seus 2.700 km entre Mato Grosso e o Pará, é o recurso comum, do qual todos dependem.
Começaram a acusar alterações sutis no rio, que afetavam peixes e o regime de cheias e secas, há coisa de uma década. Vários povos circulam pelas cidades da região, como Canarana e São José do Xingu, e passaram a notar a destruição de nascentes.
A preocupação foi levada a ONGs como o Instituto Socioambiental (ISA), que criaram em 2004 a campanha Y Ikatu Xingu.
Na outra ponta do Xingu, já fora do PIX e de Mato Grosso, o rio enfrenta outra ameaça, sob a óptica dos índios: a construção de Belo Monte, segunda maior hidrelétrica do país em capacidade nominal de geração.
Ela alagará 440 km2 da Grande Volta do Xingu e deve produzir até 11 mil megawatts, quase uma Itaipu (14 mil MW). (ML)


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