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África do Sul vivia auge do apartheid
DA REDAÇÃO
A maior parte dos
acontecimentos relatados nestes trechos de "Verão" acontece
na região da Cidade do Cabo, capital legislativa da
África do Sul desde 1910,
com a criação da União da
África do Sul.
Marca de um país etnicamente dividido, a separação
de capitais continuou na
atual República da África do
Sul, instaurada em 1961,
com Pretória como sede administrativa e Bloemfontein como sede judiciária.
Oficialmente racista
-com direitos desiguais de
voto e propriedade- desde
sua fundação, o país tinha
também uma elite dividida
entre africâneres (os descendentes de holandeses,
com seu idioma próprio desenvolvido na região desde
o século 17) e a população
branca de origem britânica.
Esses povos -e a maioria
discriminada, que incluía
negros de diversas origens,
várias etnias africanas, indianos e os mestiços- uniram-se por razões econômicas e militares.
No início dos anos 1970,
época descrita nos diários
de "Verão", o Congresso
Nacional Africano (grupo
multirracial surgido em
1912 e que mais tarde se tornaria o partido do presidente Nelson Mandela) estava
oficialmente banido por
conta do envolvimento com
a militância armada.
Estava em vigor o apartheid, sistema criado em
1948 pelo Partido Nacional
como reação ao crescimento de grupos oposicionistas.
A recuperação econômica
contrastava com a estagnação cultural propiciada pelo
apartheid (abolido gradativamente nos anos 90).
Intelectuais e artistas se
afastaram, como o poeta
Breyten Breytenbach, impedido de entrar no próprio
país, entre outros motivos,
por haver se casado com
uma mulher "de outra raça", ato ilícito na época.
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