São Paulo, domingo, 30 de agosto de 2009

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África do Sul vivia auge do apartheid

DA REDAÇÃO

A maior parte dos acontecimentos relatados nestes trechos de "Verão" acontece na região da Cidade do Cabo, capital legislativa da África do Sul desde 1910, com a criação da União da África do Sul.
Marca de um país etnicamente dividido, a separação de capitais continuou na atual República da África do Sul, instaurada em 1961, com Pretória como sede administrativa e Bloemfontein como sede judiciária.
Oficialmente racista -com direitos desiguais de voto e propriedade- desde sua fundação, o país tinha também uma elite dividida entre africâneres (os descendentes de holandeses, com seu idioma próprio desenvolvido na região desde o século 17) e a população branca de origem britânica.
Esses povos -e a maioria discriminada, que incluía negros de diversas origens, várias etnias africanas, indianos e os mestiços- uniram-se por razões econômicas e militares.
No início dos anos 1970, época descrita nos diários de "Verão", o Congresso Nacional Africano (grupo multirracial surgido em 1912 e que mais tarde se tornaria o partido do presidente Nelson Mandela) estava oficialmente banido por conta do envolvimento com a militância armada.
Estava em vigor o apartheid, sistema criado em 1948 pelo Partido Nacional como reação ao crescimento de grupos oposicionistas. A recuperação econômica contrastava com a estagnação cultural propiciada pelo apartheid (abolido gradativamente nos anos 90).
Intelectuais e artistas se afastaram, como o poeta Breyten Breytenbach, impedido de entrar no próprio país, entre outros motivos, por haver se casado com uma mulher "de outra raça", ato ilícito na época.


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