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Caem preços dos metais de terras raras

Elementos químicos essenciais para a indústria de computadores já registram até dois terços de queda no custo

Movimento ocorre após 3 anos de disparada nos preços desses produtos, que têm a China como principal produtora

KEITH BRADSHER
DO “NEW YORK TIMES”, EM HONG KONG

Depois de quase três anos de disparada nos preços dos metais de terras raras -elementos químicos essenciais para a indústria de computadores e smartphones-, com os custos de alguns subindo quase 3.000%, o mercado despenca igualmente rápido.

Os preços internacionais de alguns itens, como o cério e o lantânio, usados no polimento de TVs de telas planas e no refino de petróleo, respectivamente, caíram dois terços de agosto para cá.

No mesmo período, os preços recuaram em cerca de um terço para as terras raras de alto magnetismo, a exemplo do neodímio, usado em produtos como smartphones, computadores e grandes turbinas eólicas.

A China minera 94% dos metais de terras raras no planeta. Até 2008, atendia a quase toda demanda anual dos demais países, da ordem de 50 mil a 55 mil toneladas.

Mas o país reduziu sua cota de exportação a pouco mais de 30 mil toneladas no ano passado, e também impôs pesados tributos de exportação, gerando escassez no resto do mundo.

Grandes empresas nos EUA, na Europa e no Japão que usam terras raras vêm transferindo operações para a China, reduzindo estoques, adotando matérias-primas alternativas ou até mesmo reduzindo sua produção.

Com a queda na demanda, os especuladores despejaram seus estoques acumulados, o que alimentou a queda. O cério atingiu US$ 170 por quilo, em agosto, mas agora é vendido entre US$ 45 e US$ 60 o quilo.

"Aprendemos uma dura lição em julho e agosto, sobre as alturas que esses preços podem atingir antes que os compradores abram o berreiro", disse Mark Smith, presidente-executivo da Molycorp, a única produtora de terras raras dos Estados Unidos.

O declínio acentuado na demanda e nos preços, fora da China, pode resultar em nova escassez no ano que vem, disse Constantine Karayannopoulos, presidente-executivo da Neo Material Technologies, companhia canadense que tem suas fábricas na China.

Isso deve acontecer porque é improvável que os exportadores chineses utilizem sua plena cota de licenças de exportações neste ano -já que a demanda caiu. E o Ministério do Comércio chinês historicamente pune, por meio de redução na cota do ano seguinte, exportadores que não utilizam sua cota completa.

Tradução de PAULO MIGLIACCI.

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