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Microcrédito avança em favelas do Rio CEF já liberou 97 empréstimos no Complexo do Alemão; Banco do Brasil fechou 330 contratos em três localidades Empréstimos, em média, vão de R$ 2.000 a R$ 4.500, com juros de 0,64% ao mês e prazo de 24 meses CIRILO JUNIORDO RIO De olho nas vendas de fim de ano, o comerciante Antônio José de Souza, 52, pensava em como incrementar a linha de produtos oferecida por seu bazar quando recebeu a visita de um agente de microcrédito na loja. Fechou um empréstimo de R$ 5.500 sem ter que sair da loja. Três dias depois, o dinheiro estava em sua conta. "Foi tudo fácil e rápido. Estou pensando em pegar mais um empréstimo", afirma o comerciante. Ele utilizou os recursos para obter equipamentos e acessórios para telefones celulares que são vendidos em sua loja. Ele é um dos empreendedores do Complexo do Alemão que desde setembro têm acesso a microcrédito facilitado por bancos públicos. Souza fechou acordo com a Caixa Econômica Federal, que já liberou 97 empréstimos desse tipo no Alemão. O conjunto de favelas da zona norte do Rio apresenta o melhor resultado entre as 21 comunidades do Brasil contempladas pelo programa de microcrédito do banco. As favelas do Rio representam 22% do total da população do Estado, segundo dados do Censo 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Formam um mercado praticamente inexplorado pelos bancos, que começaram a oferecer serviços nessas comunidades a partir da entrada das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), em 2008. A estratégia da Caixa na favelas pacificadas é ir ao encontro desses clientes. Para isso, jovens com idades de 18 a 22 anos circulam diariamente captando empreendedores, formalizados ou não. O dinheiro pode ser investido em melhorias ou na compra de equipamentos. "São todos moradores da comunidade. Conhecem os empreendedores e mapeiam suas necessidades", afirma Bruno Fraga, supervisor do programa de microcrédito da Caixa no Alemão. Outro crédito concedido pela Caixa foi para o comerciante Francisco Eraldo da Silva, 39. Ele pegou R$ 3.500 para a compra de um forno, de material e de um letreiro para sua pizzaria. O Banco do Brasil adota estratégia menos agressiva: os agentes não vão de porta em porta, atrás dos clientes. O BB conta com três agências em favelas do Rio, todas abertas em 2011 -Alemão, Cidade de Deus e Rocinha. Em 90 dias de operação, foram liberados 330 empréstimos, que somam R$ 1,030 milhão, segundo o superintendente do banco no Rio, Tarcisio Hubner. As condições da Caixa e do BB são semelhantes. O crédito tem teto de R$ 15 mil, para empresas com faturamento de até R$ 120 mil anuais. O empréstimo pode ser quitado em até 24 meses, mediante juros de 0,64% ao mês. Em média, os empréstimos variam de R$ 2.000 a R$ 4.500. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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