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Análise

No horizonte, há um sinal de retaliação para os vizinhos

LEONARDO TREVISAN
ESPECIAL PARA A FOLHA

No centro da radicalização do protecionismo argentino está a resolução que determinará -a partir de fevereiro- a todo importador a apresentação da "Declaração Juramentada Antecipada de Importação", medida que impõe mais controle do governo.

Conter importações por decreto prejudica os exportadores brasileiros e engrossa o histórico recente de entraves. Desde 2008, o Brasil enfrenta, por exemplo, a imposição das "licenças não automáticas de importação", sempre postergadas além dos 60 dias autorizados pela Organização Mundial do Comércio.

Isso gera, na prática, um descompasso no calendário de importação de uma série de bens. Atinge, por exemplo, tanto máquinas agrícolas brasileiras como calçados de inverno ou de verão, que entram no país vizinho só após o fim da estação.

O governo argentino também nem sempre cumpre promessa de acordo. Em 2010, em reuniões na Fiesp, concordou em acabar com as manobras. Em vão. Em junho de 2011, o Brasil freou a entrada de carros argentinos no mercado brasileiro e Buenos Aires recuou em uma semana.

O fato de que é o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, e não o Itamaraty, que passou a responder às investidas da política protecionista argentina sugere que a paciência brasileira com as manobras não é mais a mesma.

No horizonte, é possível avistar sinal de retaliação no espaço que interessa aos exportadores argentinos no mercado brasileiro. Esses empresários podem fazer a Casa Rosada mudar de rumo.

LEONARDO TREVISAN é professor de relações internacionais na ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) (ESPM)

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