Índice geral Mercado
Mercado
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Análise Agricultura

Clima e demanda elevam os preços internacionais do milho

LEONARDO SOLOGUREN
ESPECIAL PARA A FOLHA

As condições mercadológicas do milho tiveram mudanças expressivas na quinzena passada. A certeza de uma safra recorde na América do Sul já não é mais assegurada em virtude dos problemas climáticos na região.

Na porção Sul do Brasil, estimativas governamentais já apontam para uma perda superior a 4 milhões de toneladas em consequência da estiagem que assolou os Estados do Rio Grande do Sul (em mais intensidade), do Paraná e de Santa Catarina.

Na Argentina, instituições locais já estimam uma safra inferior à apontada pelo Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

Enquanto o órgão norte-americano estima uma produção de 26 milhões de toneladas na safra 2011/12, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires trabalha com a hipótese de uma produção de 22 milhões de toneladas.

Enquanto isso, a demanda pelo grão permanece aquecida. Nos Estados Unidos, o consumo do cereal destinado à produção de etanol registrou um crescimento de 4% de novembro a janeiro.

Ao mesmo tempo, as exportações norte-americanas de milho apresentaram um excelente desempenho nesta última quinzena.

É verdade que no acumulado do ano safra 2011/12 as vendas externas de milho dos Estados Unidos se apresentam menores do que em relação ao mesmo período da safra precedente.

No entanto, chama a atenção o crescimento das importações chinesas de milho.

Até o dia 19 de janeiro, o país asiático já havia importado 3,5 milhões de toneladas do grão dos Estados Unidos, enquanto no mesmo período do ano safra anterior esse volume era pouco maior do que 300 mil toneladas.

A frustração de safra aliada a uma demanda aquecida resultou em um novo ciclo de alta dos preços futuros do milho negociados na CBOT, a Bolsa de Chicago.

Nesse contexto, o preço do primeiro vencimento negociado em Chicago em janeiro mostra-se muito próximo ao valor registrado no mesmo período do ano passado.

O cenário de preços altos no mercado internacional é mais um estímulo aos produtores de milho safrinha da região Centro-Oeste do Brasil.

Tudo indica que pode haver crescimento expressivo na área cultivada com milho safrinha em 2012. Diante dos ânimos, em tese, a produção da segunda safra poderia compensar boa parte das perdas registradas no verão.

Resta saber ser o clima vai colaborar durante o desenvolvimento da safrinha. Enquanto isso, os preços oscilarão de acordo com as expectativas climáticas. As emoções prometem ser fortes.

LEONARDO SOLOGUREN é engenheiro-agrônomo, mestre em economia e sócio-diretor da Clarivi.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.