Entrevista / Empreendedorismo

Livro mostra história de empresário que cresceu em crise e fatura R$ 1 bi

O que começou como uma biografia acabou virando uma "história sobre gente que se dá bem em crises".

É assim que o jornalista Rogério Godinho, autor de "O Filho da Crise" (Matrix), define o livro, que conta a trajetória de Marco Stefanini, fundador da empresa Stefanini IT Solutions. Para o autor, uma das principais ideias contidas na história é a de que a crise é a melhor escola.

Sem formação na área de economia ou administração quando começou, Stefanini criou uma companhia que hoje é internacionalizada e fatura mais de R$ 1 bilhão. À Folha o autor falou sobre o livro e sobre empreendedorismo. Confira alguns trechos.

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Por que a Stefanini?
Escolhi um setor que já conhecia e eu conhecia o Marco, que estava sempre com bom desempenho nos rankings. Achei que era uma empresa que valia a pena contar a história. E dei sorte, porque o livro acabou sendo uma história sobre gente que se dá bem em crises. O empresário brasileiro, em geral, sabe lidar com crise. Então o livro ficou com essa premissa: a crise é a melhor escola.

Por que o empresário brasileiro lida bem com crises?
Porque a gente teve mais crises do que a maioria dos países nos últimos quase 30 anos. E o empresário teve que lidar com isso em um mercado grande, onde existem oportunidades. Existe uma série de oportunidades no Brasil, só que houve essas crises, então, se você aprendesse a lidar com elas, você teria sucesso.

O personagem não tinha formação na área quando começou. Qual foi a chave para o sucesso dele?
Há alguns pontos comuns a todos os empreendedores de sucesso. A característica principal do empreendedor não é ter sorte. As coisas dão errado para todo mundo, mas o empreendedor não desiste. E a segunda coisa é que ele vê uma oportunidade nas dificuldades. Você tem uma crise e ele olha aquilo e tem que inventar algo que torna a empresa dele diferente. Ele descobre uma saída e, lá na frente, os clientes falam "nossa, essa empresa tem isso", e isso só foi desenvolvido porque ele enfrentou uma crise.