Montadoras apostam em retomada a partir de maio

	Albari Rosa/Gazeta do povo
	Veículos no pátio das montadoras Renault e Nissan no PR; produção caiu no 1º trimestre

Após um início de ano fraco, as montadoras esperam melhora nas vendas de veículos a partir de maio, em consequência do impacto das mudanças nas taxas de juros anunciadas pelos bancos públicos nos últimos dias.

Segundo o presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Cledorvino Belini, com a redução recente das taxas anunciada pelo Banco do Brasil e um possível impacto das medidas nos bancos privados, a tendência é que o mercado "volte a acelerar".

"Já vemos sinais de melhoria no crédito e nos prazos de financiamento, mas o impacto maior (nas vendas) deve vir entre maio e junho", disse.

A previsão da entidade é que as vendas no mercado interno cresçam 5% neste ano, somando 3,8 milhões de automóveis.

Até março, o cenário era negativo para a indústria. No primeiro trimestre, o número de licenciamentos de novos veículos recuou 0,8%, em comparação ao mesmo período do ano passado. A produção caiu 10,9%.

A queda de vendas no mercado interno no trimestre foi puxada pelos veículos nacionais, cujas vendas caíram 3,9%. Os importados cresceram 10% no período.

Segundo Belini, a redução da oferta de crédito no mercado prejudicou as vendas neste começo de ano.

"Os bancos estavam mais rígidos em relação ao crédito", disse.

CRÉDITO

Dados divulgados ontem pela Anef (Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras) mostram uma expansão menos acelerada na concessão de crédito (CDC e leasing) para aquisição de automóveis neste ano.

Essas operações cresceram 6,6% em fevereiro deste ano, em relação ao mesmo mês de 2011. No ano anterior, a taxa de expansão em fevereiro foi de 18,5%.

Em março, segundo o balanço trimestral da Anfavea divulgado ontem, os emplacamentos cresceram 20,5% em relação ao mês anterior.

O resultado, no entanto, foi prejudicado pela diferença na base comparativa, já que fevereiro teve três dias úteis a menos que março. Na mesma base, a expansão foi de 4%.