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Commodities

Multinacional do café firma o pé no país

Italiana Lavazza pretende trazer rede de cafeterias ao Brasil e quer levar o expresso italiano às donas de casa

Empresa, que tem novo diretor no Brasil, usará fábrica no Rio como base para ofertar café para a América do Sul

Luiz Carlos Murauskas/Folhapress
Cesare Noseda, novo diretor-geral da multinacional italiana Lavazza no Brasil; empresa quer montar rede de cafeterias
Cesare Noseda, novo diretor-geral da multinacional italiana Lavazza no Brasil; empresa quer montar rede de cafeterias

MAURO ZAFALON
COLUNISTA DA FOLHA

O café expresso não perdoa. Se não for feito com matéria-prima de qualidade e da forma correta, o consumidor percebe imediatamente.

Com essa avaliação, Cesare Noseda, novo diretor-geral da multinacional italiana Lavazza no Brasil, chega ao país com a missão de enraizar ainda mais os negócios da empresa por aqui.

Noseda deve trazer a rede de cafeteria Lavazza Espression e levar o café às donas de casa. Hoje, o produto é basicamente restrito a restaurantes, hotéis e escritórios.

Fundada em 1895, na cidade italiana de Turim, e uma das principais fornecedoras de café no mundo, a empresa está há 16 anos no Brasil.

Com uma fábrica no Rio de Janeiro -a primeira da empresa fora da Itália-, a Lavazza firma os pés no país e pretende avançar mais o conceito de café expresso italiano no Brasil e na América do Sul.

Os países da região serão abastecidos com produtos da fábrica do Rio, de onde já saem os primeiros tipos de café genuinamente brasileiro.

A Lavazza é a única multinacional do setor a promover a torra de café no Brasil. Outras empresas, como a Nespresso e a Starbucks, também vendem café brasileiro, mas ele é torrado no exterior.

O país está dando -e vai continuar a dar- um passo adiante no volume e na qualidade do café que consome.

O mercado de cafés especiais cresce de 15% a 20% ao ano, devido ao crescimento populacional e à elevação de renda. Isso é bom não só para o Brasil mas também para os produtores, diz Noseda.

"Já há uma consciência maior da busca por qualidade pelos produtores brasileiros, que investem mais na lavoura. Os preços pagos pela matéria-prima também deverão ser maiores", afirma.

Diante desse cenário, Noseda diz que a Lavazza passa a ter um período de consolidações no Brasil. Após a abertura da fábrica e do centro técnico e logístico no Rio, a empresa acaba de colocar em operação um centro de treinamento em São Paulo.

O objetivo é a consolidação no fornecimento de café fora do lar no país, como em hotéis, bares e restaurantes.

O próximo passo é trazer a rede de cafeteria Lavazza Espression para o Brasil. Para a concretização desse objetivo, a multinacional ainda procura um parceiro no país.

FASE SEGUINTE

Concretizado o fornecimento de café fora do lar, a Lavazza inicia a busca dos consumidores dentro do lar, colocando à venda máquinas e café especiais.

Essa nova fase inclui também a entrada na produção e na distribuição de cafés para a venda no varejo, onde os consumidores encontrarão cafés em grão e em pó.

A empresa pretende seguir as tradições do país no que se refere ao consumo de café, mas oferecer produto com "tradicional gosto italiano".

A data da chegada ao varejo não está definida, mas o diretor-geral da Lavazza acredita que as bases já foram montadas com a produção de café no Brasil.

A empresa, que fatura R$ 50 milhões por ano no Brasil, estima evolução anual de pelo menos 20%.

A concorrência de outras empresas -como a Nespresso, que liderou a expansão desse segmento nos últimos anos- não preocupa.

Noseda diz que o Brasil é um mercado grande, mas ainda restrito para o expresso. Há muito espaço para crescimento e as indústrias adotam estratégias diferentes.

Ele acredita que a experiência da Lavazza nos 90 países em que atua dá uma boa base para desenvolver o "jeito" italiano de fazer café expresso e dar mais uma opção ao consumidor brasileiro.

"A base de tudo deve ser um bom serviço, treinamento de pessoal, uso de boas máquinas e, principalmente, a boa qualidade do café na origem e no preparo final."

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