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Matemática é pedra no caminho tecnológico

Capacitação básica insuficiente é um dos fatores que ameaçam projeção de aumento de exportações do setor de tecnologia

Associação de empresas calcula que país fechará 2012 com 115 mil vagas abertas; custos fixos também são obstáculo

HELTON SIMÕES GOMES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A falta de capacitação da mão de obra, principalmente em matemática, pode frustrar a expectativa do setor de tecnologia de aumentar as exportações em 8% ao ano e terminar a próxima década em US$ 20 bilhões.

Com mercado de trabalho empregando 1,2 milhão profissionais, o Brasil forma 85 mil, segundo a Brasscom (associação das empresas de tecnologia). O México, principal rival regional, forma 115 mil e tem 600 mil vagas.

Para mover o setor, que cresce 10% ao ano, mas ainda exporta pouco, as empresas precisam de funcionários capacitados. A Brasscom calcula que o país vá fechar o ano com 115 mil vagas abertas.

Os dados são do "Estudo Comparativo sobre o ambiente Institucional de Negócios na América Latina", apresentado ontem durante o Encontro Nacional do Comércio Exterior de Serviços (Enaserv), que apontou características entre os países mais competitivos da região.

Os pontos fracos são a instabilidade cambial e o alto custo de eletricidade e de serviços de telecomunicação. Nenhum dos gargalos, no entanto, compara-se ao da mão de obra, amplificado pela deficiência na educação básica.

A dificuldade com matemática reduz ainda mais a quantidade de profissionais que podem ser contratados.

Com receita de US$ 102 bilhões, o mercado interno brasileiro de TI é o maior entre latinos e o sétimo do mundo. Mas o Brasil exporta somente US$ 2,6 bilhões.

O Brasil tem receita interna maior do que fatura a Índia. Mas 68% da receita da líder global em exportação vem de fora do país.

Para a Brasscom, o Brasil pode encurtar a distância com os indianos, elevando as exportações, por causa da situação macroeconômica do país, melhoria regulatória (desoneração da folha de pagamento) e a ampliação de infraestrutura da internet.

Alguns pontos fracos do Brasil podem atrapalhar, como falta de formação básica.

Para trabalhar com TI, é necessário, por ordem de importância, que domínio de matemática, de lógica de programação (para escrever linhas de código) e do inglês, que não é problema.

O entrave é a matemática. Centros de excelência na formação como o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e a Universidade de Campinas (Unicamp) formam 80 e 120 estudantes ao ano, respectivamente.

Como não dão conta da demanda, empresas do setor fazem cursos de capacitação para conseguir formar funcionários, mas isso não rende contratações.

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