Murdoch estuda separar a News Corp. em duas empresas

A News Corp., de Rupert Murdoch, confirmou que estuda dividir-se em duas empresas, com ações a serem negociadas separadamente.

De um lado ficariam operações de entretenimento, como a rede Fox e o estúdio 20th Century Fox.

Segundo Michael Wolff, biógrafo de Murdoch, a empresa teria novo nome. As receitas dessas operações somaram US$ 6,2 bilhões no primeiro trimestre.

De outro, ficariam operações de imprensa, como a Dow Jones, que publica o "Wall Street Journal", e a News International, dos londrinos "Times" e "Sun", além da editora HarperCollins. No primeiro trimestre, suas receitas somaram US$ 2 bilhões.

Segundo o próprio "WSJ", ainda não foi tomada a decisão, que sai amanhã. Murdoch estaria mais receptivo à ideia, abordada publicamente há um mês por Chase Carey, número dois da News.

O principal motivo para a divisão é que os investidores não se entusiasmam pelas operações de imprensa, de baixo crescimento. Com a notícia, as ações da News saltaram ontem 9%, para seu maior valor em cinco anos.

Outro motivo, para analistas como Wolff, é que a nova empresa de entretenimento poderia se reapresentar para disputar o controle da operadora de TV paga BSkyB.

Com o escândalo do "News of the World", os reguladores britânicos passaram a questionar se a News é "apropriada" para deter a concessão.

GRANDES MUDANÇAS

A eventual divisão da News "coroa um ano de grandes mudanças" no setor nos EUA, destacou o instituto Pew ao divulgar seu relatório anual "Quem Controla a Mídia".

Na "intensa troca de donos", entraram novas empresas, inclusive "hedge funds" (fundos de alto risco) e fundos de "private equity" (de investimento em empresas).

Entre os principais negócios, o fundo Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, comprou 23 diários da endividada Media General.