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Investimento direto estrangeiro bate recorde em julho

Gastos de turistas brasileiros no exterior, por outro lado, recuam 10%, com a alta do dólar

MAELI PRADO
DE BRASÍLIA

Turbinado por grandes operações, o fluxo de investimento estrangeiro produtivo no Brasil foi recorde para o mês em julho: US$ 8,4 bilhões. Entre janeiro e julho, a cifra já está em US$ 38,1 bilhões. A última projeção do BC, de junho, era de US$ 50 bilhões para o ano inteiro.

Do total de IED (Investimento Estrangeiro Direto) registrados no mês passado, a maior parte -US$ 3,2 bilhões- veio de investimentos do setor financeiro no Brasil. Em segundo lugar, com US$ 1,1 bilhão, estão empresas de produtos alimentícios.

Quando o critério é a origem dos recursos, a Suíça aparece em primeiro lugar, com US$ 3,4 bilhões.

"Grandes negócios afetaram esse resultado de julho, já que os investimentos acima de US$ 1 bilhão representaram 40% do total", apontou Luis Afonso Lima, presidente da Sobeet (Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais).

Ele ponderou, por outro lado, que esse não foi o único fator a influenciar os dados, já que o dólar mais caro favorece a entrada de investimentos estrangeiros diretos.

O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, disse que as projeções para o ano embutiam uma certa cautela com o cenário internacional. "Mas isso não está se confirmando. Nossa projeção será revista claramente para cima."

Maciel destacou que o investimento direto vem financiando, com folga, o deficit das transações do Brasil com o exterior, como compras e vendas de bens e serviços e transferências de rendas.

No mês passado, esse resultado foi negativo em US$ 3,8 bilhões, pouco acima dos US$ 3,5 bilhões registrados no mesmo mês de 2011.

MENOS TURISMO

Com o dólar mais caro, os gastos dos brasileiros no exterior caíram 10% em julho na comparação com o mesmo período do ano passado e somaram US$ 2 bilhões.

Em junho de 2011, a cotação média do dólar foi de R$ 1,56, ante R$ 2,03 no mês passado.

"Poderia se esperar até uma reação um pouco mais acentuada, dada a mudança no câmbio. A queda não é maior porque o salário médio real continua em expansão."

Já os turistas estrangeiros deixaram US$ 546 milhões no país no mês passado, 14,7% a mais do que o registrado em julho de 2011.

O saldo nas viagens, assim, foi negativo em US$ 1,4 bilhão em julho.

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