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Análise

Novas metas aceleram inovações que já vinham sendo feitas pela indústria

EDUARDO SODRÉ
EDITOR-ADJUNTO DE ‘VEÍCULOS’

É PROVÁVEL QUE A META DE 12,08% DE REDUÇÃO DE CONSUMO SEJA ATINGIDA ANTES DE 2017 PELA MAIOR PARTE DOS FABRICANTES

As metas propostas pelo governo são tangíveis e alinhadas aos planos de desenvolvimento global do setor automotivo. O que foi proposto já estava em andamento, pois a indústria tem diminuído paulatinamente as diferenças tecnológicas entre os mercados.

Os fabricantes jogam com o regulamento: oferecem ao público o que está de acordo com as normas de cada país e têm sempre o controle de custos como prioridade. Em um setor automotivo rentável e menos exigente como o brasileiro, isso resultou em décadas de modelos defasados.

Entretanto, com a queda significativa nas vendas em mercados outrora importantes, a indústria se volta para os emergentes. Esse movimento leva à unificação de projetos, passo fundamental para a redução dos custos de desenvolvimento.

Um exemplo é o que fez a Ford com o modelo médio Focus. Em 2013, o carro será o mesmo em todos os mercados onde é comercializado, incluindo o Brasil. Há alguns anos, havia três carrocerias distintas no mundo.

Ao elevar as exigências e conceder incentivos para que as montadoras invistam em tecnologia, o governo acelera esse processo. A parte mais onerosa da história, que é adaptar para o uso do etanol os modernos sistemas que permitem reduzir consumo e emissões, está em avançado desenvolvimento local.

Grande parte dos fabricantes e fornecedores de peças instalados no Brasil possui centros de pesquisa no país, que trabalham em conjunto com as matrizes. Para chegar aos índices propostos pelo governo, bastará reforçar os investimentos no que já vinha sendo feito.

É provável que a meta de 12,08% de redução de consumo seja atingida antes de 2017 pela maior parte dos fabricantes. Novos motores estão a caminho, mais adequados à tecnologia flex. O que existe hoje são adaptações sobre conjuntos motrizes antigos, que já chegaram ao limite de suas evoluções.

Com o avanço das soluções tecnológicas, será possível produzir no Brasil motores exatamente iguais aos usados atualmente na Europa.

As diferenças estarão nas calibrações de componentes eletrônicos, como os sistemas de injeção de combustível e de controle de gases.

POSSIBILIDADES

Há muitas outras possibilidades, desde o desenvolvimento de novos revestimentos com matéria-prima nativa até avançados equipamentos de segurança. As condições adversas das vias brasileiras e as variações climáticas servem de laboratório.

A partir daí, o Brasil poderá se fortalecer como um centro exportador de tecnologia.

Vale lembrar que a maior parte das empresas do setor automotivo é multinacional: o que for desenvolvido por elas no Brasil poderá ser aplicado aqui ou no exterior.

Para o governo, o que importa são os impactos positivos no PIB e na geração de empregos.

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