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Ação que paga dividendo vira opção em época ruim para Bolsa

Cinco das dez empresas que mais distribuem lucro neste ano renderam acima da poupança

Mercado desconfia de elétricas, que são boas pagadoras de lucro, após medida para reduzir preço da luz

LEONARDO RODRIGUES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Em época de instabilidade na Bolsa, investir em ações de empresas que pagam dividendos é uma das poucas opções de baixo risco.

Cinco das dez empresas que mais pagaram dividendos a seus acionistas neste ano estão com rendimentos acima da média histórica da poupança, de 6%. Dessas, as três primeiras apresentam ainda rentabilidade superior a 10%, até outubro, maior do que a do CDI, índice que orienta as aplicações de renda fixa (9,83% ao ano).

A informação está em levantamento feito a pedido da Folha pelo consultor Fernando Leitão, diretor da corretora de valores Hoya e autor do livro "Viva de Dividendos".

Apesar das medidas do governo para reduzir o custo da energia elétrica, setor que rende altos dividendos, fazer esse tipo de investimento ainda pode ser um bom negócio.

"É um bom investimento, que possui estabilidade mesmo com variações na Bolsa de Valores", afirma Leitão.

No mês passado, o anúncio de revisão tarifária e concessões deixou investidores apreensivos. Ações defensivas de companhias fortes como a Cemig e a Cesp caíram quase 20% e 30%.

Preocupadas, as corretoras chegaram a reduzir a participação de ações do setor de energia nas recomendações dadas aos clientes.

Ainda assim, considerando todos os setores, o índice de dividendos da Bovespa (conhecido como DIVI) teve alta de 0,51% no mês.

Segundo o analista, que coloca cinco empresas do setor energético entre as dez mais rentáveis, ainda não é momento para alarde.

"É cedo para saber o impacto real das novas regras de energia nos dividendos das elétricas. Isso só irá acontecer se as empresas tiverem queda em suas receitas."

Para o analista André Rocha, uma boa estratégia é diversificar os dividendos, apostando em outras empresas com histórico de estabilidade, como as companhias de infraestrutura e os bancos.

LUCRO REPARTIDO

Obrigatório por lei, o dividendo é a parte do lucro da empresa que é distribuído aos acionistas. No Brasil, as companhias abertas devem ceder no mínimo 25% do lucro.

Aos interessados, a dica é ser prudente.

Segundo analistas, antes de investir nesse tipo de renda variável é preciso conhecer o histórico das empresas e consultar seus balanços.

"As melhores pagadoras são as de setores consolidados, que já passaram da fase de investimentos, e por isso estão menos sujeitas às variações do mercado", afirma Fernando Leitão.

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