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12% das famílias devem 5 vezes a sua renda
Pesquisa do Ipea revela que, em média, a dívida do brasileiro é de R$ 5.427; para 8,1%, débito é de até metade do rendimento
Mais da metade (54%) das famílias tem algum débito; economistas veem endividamento do brasileiro como baixo
CIRILO JUNIOR
DO RIO
O endividamento de 12%
das famílias brasileiras supera em cinco vezes sua renda
familiar mensal, segundo
pesquisa do Ipea (Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada), ligado à Presidência
da República.
Apesar desse dado, o nível
de endividamento do brasileiro ainda é considerado
baixo pelos economistas.
O levantamento do Ipea
apontou que 54% das famílias têm alguma dívida a pagar. Em média, essas pessoas
devem R$ 5.427.
Os números compõem o
IEF (Índice de Expectativas
das Famílias) do instituto de
pesquisa, resultado de 3.810
entrevistas em 214 cidades
do país. A medição leva em
conta apenas a percepção de
cada família sobre dívidas.
O presidente do Ipea, Marcio Pochmann, analisa que o
nível de endividamento mostrado pela pesquisa ainda é
"extremamente baixo" se
comparado ao dos EUA e ao
de alguns países europeus.
No Brasil, para cerca de
8,1% das famílias, o débito
corresponde a até metade do
rendimento mensal.
Para 12,6% das famílias, o
endividamento é equivalente
a entre uma e duas vezes a
renda mensal.
Outros 8,6% das famílias
disseram que comprometem
de duas a cinco vezes a renda
familiar mensal com esses
débitos.
O valor considerado na
análise é o total devido, mesmo que seja parcelado.
TENDÊNCIA DE ALTA
Segundo o presidente do
Ipea, diante da expansão
econômica e do aumento de
renda, a tendência é que as
dívidas cresçam.
"As famílias de menor renda têm um grau de exclusão
bancária maior. À medida
que ganham mais, passam a
ter mais acesso a crédito."
O economista Alex Agostini, da consultoria Austin Rating, concorda que o volume
de crédito no país ainda tem
bastante espaço para crescer.
De acordo com Agostini, a
inclusão de um grande contingente de famílias nas classes C e D e as taxas de juros
elevadas em várias modalidades de crédito encorajam
os bancos do país a ampliar o
volume emprestado.
Ele também destaca que,
apesar de a concessão de crédito ter se acelerado, a inadimplência está controlada.
OTIMISMO
Mesmo endividada, a
maior parte dos brasileiros
-73%- avalia estar em melhor situação financeira do
que há um ano.
Ainda assim, a maior parte
das famílias diz não ter condições de pagar contas atrasadas.
Do total pesquisado,
37,8% responderam que não
terão como quitar essas dívidas. Para outros 36,7%, as
contas vencidas poderão ser
pagas de forma parcial.
Já 22,8% consideram que
vão pagar integralmente as
contas em atraso. O restante
afirmou não saber.
Colaborou VERENA FORNETTI , do Rio
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