São Paulo, terça-feira, 02 de agosto de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Foxconn planeja igualar números de funcionários e de robôs até 2013

Onda de automação que afeta setor chinês decorre da concorrência acirrada por mão de obra

Empresa, marcada por onda recente de suicídios, afirma querer transferir operário para `funções mais elevadas'


Thomas Lee - 4.set.10/Bloomberg
Trabalhadores em linha de produção da Foxconn no sul da China;
empresa quer 1 milhão de robôs em operação até 2013


KATHRIN HILLE
DO "FINANCIAL TIMES", EM PEQUIM

A Foxconn, maior fabricante terceirizada de eletrônicos do mundo em receita, planeja ter números iguais de robôs e de operários na China até 2013, afirmou seu presidente-executivo, Terry Gou.
A maior empregadora do mercado chinês produz o iPad e outros eletrônicos. Possui 1 milhão de funcionários, mas apenas 10 mil robôs em suas linhas de produção.
Em conferência interna uma semana atrás, Gou afirmou que o grupo teria até 300 mil robôs em operação no ano que vem e 1 milhão até 2013.
O movimento destaca as drásticas mudanças que as indústrias instaladas na China estão promovendo devido à concorrência cada vez mais intensa por mão de obra.
"Isso é parte de uma grande onda de automação que afeta muitas companhias do setor industrial chinês", disse Alvin Kwock, diretor de pesquisa de tecnologia de hardware no JPMorgan.
"É um sinal de que o custo da mão de obra deixou de ser inferior ao custo de capital."
Os salários dos imigrantes, que servem de base para a força de trabalho da Foxconn na China, subiram de 30% a 40% no ano passado, e a expectativa é que cresçam de 20% a 30% ao ano até pelo menos 2013, diz Dong Tao, economista do Credit Suisse.
No ano passado, uma série de suicídios de operários da Foxconn em Shenzhen precedeu um surto de inquietação trabalhista. As mortes serviram como expressão trágica das frustrações dos operários com salário baixo e trabalho muitas vezes robótico.
A Foxconn se recusou a confirmar os números mencionados por Gou, mas enfatizou que deseja transferir seus operários para "funções mais elevadas na cadeia de valor, deixando para trás o trabalho industrial básico".
Analistas creem que os planos de automação serão parte importante da estratégia de expansão para o interior.
A empresa deve começar a montar iPhones e iPads no Brasil até o fim do ano.

Tradução de PAULO MIGLIACCI



Texto Anterior: Benjamin Steinbruch: Mundo novo, mundo louco
Próximo Texto: Mídia: 'New Yorker' chega a 100 mil leitores na versão para tablet
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.