São Paulo, sexta-feira, 04 de junho de 2010

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Na contramão global, país importa mais

Reflexo do momento da economia, compras crescem 3,8% no 1º tri, enquanto média mundial é de queda de 2%

Exportações, que sofrem com dificuldades como o real valorizado, recuam 4,8% e superam a retração global, de 3%

ÁLVARO FAGUNDES
DE SÃO PAULO

Na contramão do comércio mundial, o Brasil aumentou suas importações nos primeiros três meses deste ano. As negociações globais, em média, caíram no período.
Segundo a OMC (Organização Mundial do Comércio), o Brasil elevou em 3,8% em valor as compras de produtos do exterior em relação ao quarto trimestre de 2009.
O crescimento, que é um reflexo do aquecimento da economia (com consumidores e empresas aumentando as suas compras), foi o 13º maior entre os 95 países monitorados pela OMC e o terceiro maior entre as 20 maiores economias -atrás de Indonésia e Coreia do Sul.
Os dados do PIB brasileiro do primeiro trimestre serão conhecidos na semana que vem, e a expectativa é que a taxa de avanço seja uma das mais fortes do mundo.
Na média, a importação global encolheu 2,1% de janeiro a março quando os dados são comparados aos dos últimos três meses de 2009.
Praticamente todas as economias desenvolvidas reduziram as compras nesse período, sinalizando as dificuldades que ainda enfrentam.
Na lista da OMC, 27 países tiveram aumento nas importações e somente 5 são considerados desenvolvidos: Bélgica, Canadá, Coreia do Sul, Israel e Japão.
A Espanha, que é um dos focos da atual crise (pelas dúvidas que existem sobre a capacidade de manter suas contas em dia), teve queda de 7,3% nas importações.

EXPORTAÇÕES
Se o aumento das importações indica o bom momento da economia brasileira, os dados de venda para o exterior não são animadores.
As exportações brasileiras recuaram 4,8% no primeiro trimestre, enquanto a média global foi de retração de 3%.
Essa dificuldade do comércio brasileiro (que sofre com problemas como o real valorizado) pode ser notada nas relações com alguns dos seus principais parceiros comerciais.
Com a China, por exemplo, a queda foi de 18,9% de janeiro a março em relação aos três meses anteriores, ante recuo geral de 2,4%, mostra dado oficial de Pequim.


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