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Na contramão global, país importa mais
Reflexo do momento da economia, compras crescem 3,8% no 1º tri, enquanto média mundial é de queda de 2%
Exportações, que sofrem
com dificuldades como
o real valorizado,
recuam 4,8% e superam
a retração global, de 3%
ÁLVARO FAGUNDES
DE SÃO PAULO
Na contramão do comércio mundial, o Brasil aumentou suas importações nos primeiros três meses deste ano.
As negociações globais, em
média, caíram no período.
Segundo a OMC (Organização Mundial do Comércio),
o Brasil elevou em 3,8% em
valor as compras de produtos
do exterior em relação ao
quarto trimestre de 2009.
O crescimento, que é um
reflexo do aquecimento da
economia (com consumidores e empresas aumentando
as suas compras), foi o 13º
maior entre os 95 países monitorados pela OMC e o terceiro maior entre as 20 maiores economias -atrás de Indonésia e Coreia do Sul.
Os dados do PIB brasileiro
do primeiro trimestre serão
conhecidos na semana que
vem, e a expectativa é que a
taxa de avanço seja uma das
mais fortes do mundo.
Na média, a importação
global encolheu 2,1% de janeiro a março quando os dados são comparados aos dos
últimos três meses de 2009.
Praticamente todas as economias desenvolvidas reduziram as compras nesse período, sinalizando as dificuldades que ainda enfrentam.
Na lista da OMC, 27 países
tiveram aumento nas importações e somente 5 são considerados desenvolvidos: Bélgica, Canadá, Coreia do Sul,
Israel e Japão.
A Espanha, que é um dos
focos da atual crise (pelas dúvidas que existem sobre a capacidade de manter suas
contas em dia), teve queda
de 7,3% nas importações.
EXPORTAÇÕES
Se o aumento das importações indica o bom momento
da economia brasileira, os
dados de venda para o exterior não são animadores.
As exportações brasileiras
recuaram 4,8% no primeiro
trimestre, enquanto a média
global foi de retração de 3%.
Essa dificuldade do comércio brasileiro (que sofre
com problemas como o real
valorizado) pode ser notada
nas relações com alguns dos
seus principais parceiros comerciais.
Com a China, por exemplo, a queda foi de 18,9% de
janeiro a março em relação
aos três meses anteriores, ante recuo geral de 2,4%, mostra dado oficial de Pequim.
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