São Paulo, terça-feira, 04 de outubro de 2011

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Licença ambiental para o metrô demora até 2 anos

Secretário diz que não sofre problema de orçamento, mas muita burocracia

Como 35% de obra em impostos, governo sugere contrapartida e isenções na parceria público-privada

DE SÃO PAULO

A demora na liberação das licenças ambientais é hoje o maior entrave à expansão do metrô em São Paulo. Quem diz é o secretário de Transportes Metropolitanos do Estado, Jurandir Fernandes.
De acordo com ele, as licenças demoram entre um ano e meio e dois anos para sair. Duas obras já contratadas -a linha 17-ouro e a extensão da linha 2-verde até Cidade Tiradentes, ambas em sistema de monotrilho- só não começaram ainda por falta de licença ambiental.
"Os órgãos ambientais estão cumprindo a legislação, é obrigação deles. Mas nós precisamos resolver isso", afirmou o secretário. Para Fernandes, projetos de metrô deveriam ter regras ambientais menos rígidas.
"A Espanha já resolveu isso. Lá, o metrô não cumpre regra de mitigação porque ele já é uma atividade compensadora", afirmou o secretário, defendendo uma mudança na legislação ambiental brasileira para reduzir as exigências e a burocracia para aprovação de obras de transporte coletivo sobre trilhos.
Ele disse que o governo não tem grandes problemas de orçamento para tocar essas obras. O maior problema é a burocracia, afirmou. Além do impasse ambiental, citou também a paralisação da licitação da linha 5-lilás por suspeita de fraude -a Folha revelou um conluio entre as empresas que participaram da licitação.
"Neste ano, fizemos metade do que temos capacidade e dinheiro para fazer."

IMPOSTOS
Para estimular novos projetos de PPP para linhas de trem e metrô, o governo do Estado estuda dar como contrapartida os impostos incidentes sobre a construção e operação das linhas.
De acordo com o vice-governador Guilherme Afif Domingos (PSD), até 35% do custo das obras é de impostos municipais, estaduais e federais. Ele disse que está conversando com as três esferas de governo para isentar os impostos do setor.
"Na PPP, é preciso criar uma sociedade de propósito específico, que tem 35% de impostos. Nossa ideia é entrar como sócio dando isso como contrapartida", disse.
Ele acredita que o Estado pode abrir mão do ICMS do material de construção do período das obras e dos impostos cobrados na importação dos trens, por exemplo. A ideia precisa de aprovação na Assembleia Legislativa.
Também é necessário negociar com governo federal e Congresso a isenção de impostos federais do setor. Os municípios abririam mão do ISS da operação das linhas.
(EVANDRO SPINELLI)


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