|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Alta na importação de asfalto é de 11.000% em 9 meses
Petrobras não consegue atender demanda, impulsionada pelo Norte e pelo Nordeste
CIRILO JUNIOR
DO RIO
Impulsionada, principalmente, pelas regiões Norte e
Nordeste, a demanda por asfalto dispara no país.
Sem ter como atender a essa necessidade, a Petrobras
recorre cada vez mais às importações. No acumulado de
janeiro a setembro, aumentaram mais de 11.000%.
Mesmo assim, a produção
deve fechar 2010 em patamar
recorde, depois de passar um
de bom tempo estagnada. Ficará entre 2,5 milhões e 3 milhões de toneladas, maior volume da história.
Esse nível ainda é muito
baixo, apontam especialistas. Dos 200 mil quilômetros
da malha rodoviária paulista, por exemplo, apenas 30
mil estão pavimentados.
"Estamos engatinhando.
A demanda tende a crescer
bastante. A Petrobras vai ter
que investir para ampliar a
produção", afirmou Manuel
Rossito, diretor do Sinicesp
(Sindicato da Indústria da
Construção Pesada de São
Paulo) e coordenador de vias
da Fiesp.
ORÇAMENTO
A alta da demanda por asfalto pode ser exemplificada,
também, pelo orçamento do
Ministério dos Transportes,
acrescenta Rossito. Em 2002,
o desembolso foi de R$ 1,5 bilhão. Neste ano, chegará a
R$ 15 bilhões.
"Em São Paulo, por exemplo, há um programa forte de
recuperação de estradas, e
também há grandes obras,
como o Rodoanel", complementa Manuel Rossito.
Claudio Serra, especialista
em petróleo e logística da
Uerj (Universidade do Estado
do Rio de Janeiro), concorda
que a demanda permanecerá
forte. "Ela é alta no Nordeste,
resultado de anos de atraso,
da falta de investimentos. E
nas regiões Sul e Sudeste há
muitas obras em andamento", afirma.
O volume importado, apesar de crescente, não representa mais do que 20% do
consumo total do país. O
avanço das importações de
asfalto tem impulsionado o
movimento em portos do
Nordeste.
Em termos de gastos com a
importação de asfalto, há
uma expansão de cerca de
6.000%. Esse salto, no entanto, tem pouca influência
na balança de petróleo e derivados brasileira.
O volume trazido é pouco
relevante, se comparado a
outros derivados.
"O preço do asfalto importado não é muito alto. O grande problema, no que se refere
a preços, é o peso dos tributos", observa Rossito.
A cadeia de distribuição de
asfalto está preparada para
atender à perspectiva de
crescimento, salienta Rossito. Nos últimos anos, a expansão econômica vem exigindo cada vez mais das
rodovias brasileiras, tanto
pelo maior número de deslocamentos como pelo aumento da frota.
Questionada sobre a política da empresa para ampliar
a produção de asfalto, a Petrobras não respondeu à reportagem.
Texto Anterior: Brasileiro é líder em compra on-line na AL Próximo Texto: Sem operadores, Espanha fecha espaço aéreo Índice | Comunicar Erros
|