São Paulo, sábado, 04 de dezembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Desemprego nos EUA atinge o maior patamar desde abril

As 39 mil vagas criadas em novembro foram consideradas insuficientes

Expectativa era de que fossem criados 150 mil novos postos no mês; 15 milhões de pessoas estão sem emprego


ÁLVARO FAGUNDES
DE NOVA YORK

A expectativa era que o mercado de trabalho americano mostrasse em novembro novos sinais de retomada, mas o que se viu foi um aumento de vagas tímido e a maior taxa de desemprego desde abril, 9,8%.
As perspectivas pouco animadoras para o setor devem aumentar as pressões para que o Congresso dos EUA renove a lei que concede auxílio-desemprego a pessoas que estão a mais de 99 semanas sem trabalho.
A legislação atual expirou nesta semana sem que democratas e republicanos chegassem a um consenso.
No total, foram criados no mês passado 39 mil postos, resultado visto como insuficiente mesmo em tempos de estabilidade econômica.
Analistas consideram que os EUA precisam criar 150 mil vagas mensais apenas para atender quem ingressa no mercado de trabalho.
Considerando que mais de 7 milhões de postos foram perdidos desde o início de 2008 e que 15 milhões de pessoas estão sem trabalho na maior economia mundial, as 39 mil vagas foram consideradas desapontadoras.
Vários especialistas apostavam que mais de 150 mil vagas seriam geradas.
Para piorar, os dados de novembro mostram uma desaceleração em relação a outubro, quando 172 mil vagas foram abertas.
Nas palavras de Nigel Gault, economista-chefe da consultoria IHS Global, o resultado foi "deprimente" e "um balde de água fria".
Esse otimismo também pode explicar o fato de a taxa de desemprego ter saltado de 9,6% em outubro para 9,8%.
Isso porque, animadas com o resultado de outubro, algumas pessoas que estavam sem procurar trabalho havia mais de 12 meses (e, portanto, fora das estatísticas oficiais de desemprego) podem ter voltado a buscar emprego -sem sucesso.

TEMPORÁRIOS
A maior parte das vagas preenchidas em novembro (40 mil) foi de empregos temporários, em que não há garantias de que o trabalhador será efetivado.
Já o setor público continuou a demitir -mais 11 mil perderam o trabalho-, mostrando as dificuldades que as prefeituras, principalmente, estão tendo para equilibrar as suas contas.
São 19 meses seguidos com o desemprego acima de 9%, algo inédito em mais de 60 anos e a previsão do Fed (o banco central americano) é que a taxa permanecerá nesse patamar em 2011.
A falta de reação do mercado de trabalho foi um dos motivos para o Fed ter lançado, mês passado, o pacote de US$ 600 bilhões.


Texto Anterior: China: Com superaquecimento e inflação, China apertará política monetária
Próximo Texto: Americanos têm problemas para voltar ao mercado de trabalho
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.