São Paulo, sábado, 05 de junho de 2010

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VAIVÉM

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Exportação agrícola dos EUA atinge US$ 105 bi

Assim como ocorreu no Brasil, as exportações do agronegócio dos EUA se recuperam. Uma ligeira melhora na economia mundial, recorde de produção e alta de preços de algumas commodities vão permitir exportações de US$ 105 bilhões neste ano.
Se confirmado, esse valor supera em US$ 28 bilhões as importações, que devem ficar próximas de US$ 77 bilhões. Além da recuperação parcial da economia mundial, os norte-americanos contam com o apetite asiático por importações.
As estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos indicam que as exportações para a Ásia vão atingir US$ 43 bilhões, superando as enviadas aos países do Ocidente, o que não ocorria até o ano passado.
As estimativas de recuperação das exportações dos Estados Unidos correm perigo, no entanto. O risco vem da necessidade de a Europa não permitir que os problemas originados na Grécia avancem para um número maior de países.
Portugal, Espanha e Irlanda já sentem os efeitos dessa nova crise econômica.
A soja é um dos destaques nas vendas externas norte-americanas. Após uma sequência de safras elevadas, os estoques do país estão se recompondo e as exportações podem somar 40 milhões de toneladas, 14% a mais do que em 2009.
A recuperação internacional nos preços do algodão também auxilia a retomada das exportações norte-americanas. Previstas em US$ 4,6 bilhões, as receitas com o produto devem superar em 29% as do ano passado.
Os EUA obtêm também melhora no setor de carnes, principalmente devido à recuperação internacional dos preços. As receitas devem somar US$ 20,3 bilhões, 7% a mais do que em 2009.
Entre as importações, os maiores gastos do norte-americanos virão de frutas, vegetais, bebidas e óleos essenciais, totalizando US$ 35 bilhões. Açúcar e produtos tropicais (cacau, café etc.) somam outros US$ 17 bilhões.

Baixa oferta As negociações de laranja para o mercado spot (sem contrato com indústrias) e para o consumo "in natura" estão restritas. Com isso, a caixa de R$ 40,8 quilos iniciou o mês a R$ 12,81, mostra o Cepea, 257% mais do que em 2009.

Queda Um dos motivos da baixa oferta de laranja é a queda de 10% na produção. A safra pode recuar para 278 milhões de caixas, segundo o mercado. Grande parte da produção já está comprometida em contratos.
Efeito EUA A geração de empregos abaixo do que se previa nos EUA derrubou as Bolsas, o petróleo e levou junto as commodities agrícolas. Cacau (4%) e milho (3%) lideraram as quedas.

Potenciais O trabalho da Embrapa para elevar a produtividade de algodão em Mali, Burkina Fasso, Chade e Benin será apresentado nesta segunda-feira em Genebra. O resultado indica que os países se mostram como potenciais produtores.

Royalties O próximo presidente deve elevar os royalties de mineração, preveem analistas do Itaú, que ouviram políticos e técnicos do governo. O banco não está sozinho. O UBS também aposta nessa alta, depois que houve elevação na Austrália.

Alta branda A expectativa é de que a alta não supere 5%, para não afetar a competitividade e as exportações. A medida reduziria em 4% o valor da Vale e em 8% o da MMX, calcula o Itaú.

Pressão Panelaço, mas sem tratoraço. É o pedido da bancada ruralista, que quer o apoio dos produtores rurais em Brasília durante a votação do Código Ambiental.

COM MARIANA SCHREIBER



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