|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VAIVÉM
MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br
Exportação agrícola dos EUA atinge US$ 105 bi
Assim como ocorreu no
Brasil, as exportações do
agronegócio dos EUA se recuperam. Uma ligeira melhora na economia mundial, recorde de produção e alta de
preços de algumas commodities vão permitir exportações
de US$ 105 bilhões neste ano.
Se confirmado, esse valor
supera em US$ 28 bilhões as
importações, que devem ficar próximas de US$ 77 bilhões. Além da recuperação
parcial da economia mundial, os norte-americanos
contam com o apetite asiático por importações.
As estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos indicam que as
exportações para a Ásia vão
atingir US$ 43 bilhões, superando as enviadas aos países
do Ocidente, o que não ocorria até o ano passado.
As estimativas de recuperação das exportações dos
Estados Unidos correm perigo, no entanto. O risco vem
da necessidade de a Europa
não permitir que os problemas originados na Grécia
avancem para um número
maior de países.
Portugal, Espanha e Irlanda já sentem os efeitos dessa
nova crise econômica.
A soja é um dos destaques
nas vendas externas norte-americanas. Após uma sequência de safras elevadas,
os estoques do país estão se
recompondo e as exportações podem somar 40 milhões de toneladas, 14% a
mais do que em 2009.
A recuperação internacional nos preços do algodão
também auxilia a retomada
das exportações norte-americanas. Previstas em US$ 4,6
bilhões, as receitas com o
produto devem superar em
29% as do ano passado.
Os EUA obtêm também
melhora no setor de carnes,
principalmente devido à recuperação internacional dos
preços. As receitas devem somar US$ 20,3 bilhões, 7% a
mais do que em 2009.
Entre as importações, os
maiores gastos do norte-americanos virão de frutas,
vegetais, bebidas e óleos essenciais, totalizando US$ 35
bilhões. Açúcar e produtos
tropicais (cacau, café etc.) somam outros US$ 17 bilhões.
Baixa oferta As negociações de laranja para o
mercado spot (sem contrato
com indústrias) e para o consumo "in natura" estão restritas. Com isso, a caixa de R$
40,8 quilos iniciou o mês a
R$ 12,81, mostra o Cepea,
257% mais do que em 2009.
Queda Um dos motivos
da baixa oferta de laranja é a
queda de 10% na produção.
A safra pode recuar para 278
milhões de caixas, segundo o
mercado. Grande parte da
produção já está comprometida em contratos.
Efeito EUA A geração de
empregos abaixo do que se
previa nos EUA derrubou as
Bolsas, o petróleo e levou
junto as commodities agrícolas. Cacau (4%) e milho (3%)
lideraram as quedas.
Potenciais O trabalho
da Embrapa para elevar a
produtividade de algodão
em Mali, Burkina Fasso, Chade e Benin será apresentado
nesta segunda-feira em Genebra. O resultado indica que
os países se mostram como
potenciais produtores.
Royalties O próximo
presidente deve elevar os royalties de mineração, preveem analistas do Itaú, que
ouviram políticos e técnicos
do governo. O banco não está
sozinho. O UBS também
aposta nessa alta, depois que
houve elevação na Austrália.
Alta branda A expectativa é de que a alta não supere 5%, para não afetar a competitividade e as exportações. A medida reduziria em
4% o valor da Vale e em 8% o
da MMX, calcula o Itaú.
Pressão Panelaço, mas
sem tratoraço. É o pedido da
bancada ruralista, que quer o
apoio dos produtores rurais
em Brasília durante a votação do Código Ambiental.
COM MARIANA SCHREIBER
Texto Anterior: Vinhoto tem potencial para superar açúcar Próximo Texto: Análise Commodities: Baixa pode ser "um tempo" para a economia mundial se refazer Índice
|