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ONU compensará Equador por manter área ambiental
País não vai explorar petróleo em reserva e, em troca, vai receber doações
Governo equatoriano promete deixar debaixo da terra 850 milhões de barris de petróleo, mas quer receber US$ 3,6 bi
FLÁVIA MARREIRO
DE CARACAS
O governo do Equador
acaba de fechar um acordo
inédito: criou um fundo internacional, a ser administrado pela ONU, que receberá
doações para compensar o
país por abdicar de explorar
grande parte das reservas de
petróleo do Parque Nacional
Yasuní, um dos mais biodiversos do mundo.
O governo equatoriano
promete deixar debaixo da
terra, em plena floresta amazônica, cerca de 850 milhões
de barris de petróleo, ou 20%
das reservas do país. Em troca, quer receber ao menos
US$ 3,6 bilhões em dez anos,
a metade estimada que ganharia se explorasse a área.
"O fundo que acabamos
de assinar é histórico para o
Equador e para o mundo inteiro", afirmou Rebeca
Grynspan, diretora regional
do Pnud, programa para o
desenvolvimento da ONU.
É o Pnud que vai administrar o fundo, que será aplicado especialmente em projetos de educação e saúde e na
área do parque, onde vivem o
povo indígena huaorani, e
dois outros povos isolados,
tagaeri e taromenane.
O petróleo é explorado na
Amazônia equatoriana desde 1972, e se prevê gastar parte do dinheiro em recuperação de áreas degradadas. Até
agora, Alemanha, Suíça, Espanha e Suécia se comprometeram a doar US$ 1 bilhão.
O projeto do Yasuní é um
plano de ativistas equatorianos há mais de dez anos.
O presidente esquerdista,
Rafael Correa, foi eleito com
a bandeira de levá-lo adiante
e apresentou o plano na Assembleia-Geral da ONU, em
2007. Ele perdeu porém ao
menos dois aliados importantes por conta de discussões ambientais e não foi à
assinatura do acordo.
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