São Paulo, sexta-feira, 09 de setembro de 2011

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'País mostra ser merecedor da confiança do investidor'

DO ARTICULISTA DA FOLHA

Maurice Lévy, presidente mundial do Grupo Publicis, afirma em entrevista que fez "um compromisso de impulsionar fortemente os investimentos no Brasil muito antes da crise".
O país já passou de sexto a quinto mercado para o grupo, de 2010 para 2011.
"Até o final de 2012, planejamos tornar o Brasil equivalente ao nosso tamanho na China. Esse tipo de aprimoramento maciço é produto de planejamento estratégico de longo prazo."
Entre os motivos, "é um país que mostrou ser merecedor da confiança do investidor", com garantia de retorno, e que tem "enorme potencial para crescimento, tanto em um sentido macro como nos segmentos específicos em que temos capacitação muito forte".
O potencial no setor digital "é espetacular, especialmente comércio eletrônico", dados os custos de distribuição para lugares remotos do país, que podem ser cobertos melhor via internet.
O objetivo do Publicis é ter "a primeira ou a segunda agência digital do Brasil muito em breve".
Questionado sobre as áreas mais promissoras no mercado publicitário brasileiro, responde: "Digital, digital, digital. Há potencial para publicidade tradicional, para análises mais sofisticadas de identidade de marca, administração de eventos e assim por diante. Mas a internet será o motor".
O grupo tem "dois pilares estratégicos para investimento pesado": digital, que representa 30% de sua receita global, e os emergentes de rápido crescimento, que representam 23%. "E quero levar a 30% até 2014.", diz.
Ressalvando que "é importante não romantizar" os Brics, que têm problemas de distribuição de renda e de infraestrutura, Lévy diz, porém, que Brasil, Rússia, Índia e China "são chaves para a saúde do grupo", com perspectiva que "excede vastamente" a das nações "que alguns chamam de desenvolvidas".
Mas sua "onda de investimento maciço no Brasil está mais ou menos completa, e o desafio agora é alcançar uma integração suave das agências compradas e desenvolvê-las, mantendo ao mesmo tempo a cultura específica".
Diz que o "foco agora vai mudar para China, Índia, Turquia e Indonésia", buscando "posições sólidas" para ter rapidamente uma das três maiores agências em cada um dos países.
Diante da solicitação de uma avaliação do governo, responde: "Dilma Rousseff é uma mulher segura e ativa, com um trabalho difícil. Mas seria errado comentar sobre a política de um país que não é o meu. Tenho uma empresa para administrar, e administrar um país não é a minha tarefa".


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