São Paulo, sábado, 09 de outubro de 2010

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Preço do álcool sobe 9% nos postos de SP nesta semana

Clima afeta a safra de cana e reduz oferta do produto; dono de carro flex vai ter de optar por gasolina mais cedo

Especialista afirma que não vai faltar álcool nas bombas porque oferta e demanda vão se ajustar pelo preço

MAURO ZAFALON
DE SÃO PAULO

Os proprietários de carro flex vão ter de optar pela gasolina mais cedo neste ano do que nos anos anteriores.
O clima afeta a safra de cana-de-açúcar, há uma oferta menor de matéria-prima do que se esperava e as usinas elevaram o volume de cana destinado à produção de açúcar -que oferece remuneração maior para a indústria do que o combustível.
Em consequência, os preços do álcool sobem na porta das usinas, puxando para cima também os da bomba.
Nesta semana, o álcool teve reajuste de 9,2% nos postos da capital paulista, conforme acompanhamento de preços da Folha. Alguns postos chegaram a elevar os preços duas vezes no período.
Apesar desse cenário adverso, não vai faltar álcool. Oferta e demanda vão se ajustar pelo preço, afirma Plinio Nastari, presidente da Datagro, consultoria especializada nesse setor. A alta dos preços vai levar os consumidores para a gasolina.
Os menores preços registrados pela Folha ontem foram de R$ 1,44 por litro, enquanto os mais elevados já chegam a R$ 1,80. Na avaliação de Nastari, a elevação dos preços vai diminuir a demanda pelo combustível.
Nas usinas, o preço do álcool hidratado -o que vai direto no tanque- foi negociado a R$ 0,978 por litro nesta semana, de acordo com pesquisa do Cepea.
A alta em relação à semana anterior foi de apenas 0,48%, mas acumula 15% em quatro semanas.
Já o anidro -que é misturado à gasolina- subiu para R$ 1,1708 por litro, com reajuste de 2% nos preços médios da semana. Em quatro semanas, a alta é de 17%. Os preços do Cepea não incluem os impostos.
Nastari diz que a safra brasileira não passava por uma situação climática como essa desde a de 1999. A diferença, segundo ele, é que atualmente o mercado mundial está muito mais dependente do açúcar brasileiro.
Na safra 2000/1, o Brasil exportou 7,03 milhões de toneladas de açúcar. Neste ano, deverá colocar 25,3 milhões no mercado externo.
A safra atual, que começou muito tranquila, deverá ter uma entressafra mais longa, segundo o presidente da Datagro. Algumas usinas deverão terminar a moagem já no final deste mês.
Além disso, no início da próxima safra, a partir de março e abril do ano que vem, as usinas terão uma disponibilidade menor de cana devido à seca atual.


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