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commodities
Santos tem novo terminal para açúcar
Grupo Noble faz investimento de US$ 100 milhões em estrutura para conectar mercado brasileiro com o asiático
Grupo asiático pretende movimentar 2,3 milhões de toneladas por ano pelo terminal, como milho, açúcar e soja
AGNALDO BRITO
ENVIADO ESPECIAL A SANTOS
Com o primeiro bilhão de
dólares aplicado no Brasil, o
Grupo Noble, organização de
origem asiática, inaugurou
ontem o primeiro terminal
portuário para movimentação de commodities agrícolas em Santos, maior complexo portuário do país.
Pelo terminal, que recebeu
investimento de US$ 100 milhões, o Noble vai movimentar 2,3 milhões de toneladas
de açúcar, milho, soja e farelo. Para a empresa, o negócio
representa um passo importante na conexão entre o Brasil e o mercado asiático.
"Esse terminal será uma
ponte entre o país e os mercados da Ásia", afirma Tobias
Brown, presidente executivo
do Noble Group.
O terminal, um velho galpão ao lado dos terminais de
açúcar em Santos, foi reconstruído. O projeto exigiu a desmontagem do antigo armazém e a construção de um novo, com capacidade para
90 mil toneladas de carga.
A velha estrutura do terminal foi levada para a região
do Valongo, o centro velho
de Santos, onde há atualmente um projeto de recuperação arquitetônica.
No terminal do Grupo Noble, inaugurado ontem, havia açúcar. O produto vem
sendo o grande destaque do
ano em Santos.
A previsão da Codesp
(Companhia Docas do Estado de São Paulo), administradora do porto, é movimentar 94 milhões de toneladas,
mais de 10 milhões de toneladas além do volume de 2009.
CONTRIBUIÇÃO
Uma fração desse crescimento ficará por conta da
contribuição do Noble. Com
o novo terminal, o grupo controlado por Richard Elman,
principal acionista da companhia, poderá acelerar a
produção de açúcar, de álcool, de soja e farelo.
Com duas usinas de açúcar e álcool no interior de São
Paulo, o grupo se prepara para processar 9 milhões de toneladas de cana por safra.
A primeira unidade já começou a operar, mas, por enquanto, produz apenas álcool. O Noble, diz Elman, já
possui uma área de 64 mil
hectares de cana cultivada.
A empresa também investe numa unidade para esmagamento de soja em Mato
Grosso. O projeto para processar 1,3 milhão de toneladas de soja deverá ficar pronto entre 2011 e 2012.
OTIMISMO
A direção mundial do Noble demonstrou disposição
de ampliar os investimentos
no Brasil. Entre os quais, a
construção de outros terminais para exportação de commodities no país.
Elman falou sobre as condições favoráveis para negócios e declarou numa breve
entrevista coletiva as expectativas do grupo para o retorno sobre os investimentos
feitos no Brasil.
Segundo ele, historicamente o grupo tem conseguido capturar taxas de até 20%
de retorno sobre os investimentos. "É o que achamos
possível no Brasil."
"Temos interesse em investir em tudo que saia do
chão no Brasil, seja para comer, seja para construir",
afirma Elman. Além dos investimentos na produção
agrícola e no processamento
de commodities, o Grupo Noble tem 30% da Mhag, projeto de mineração de ferro no
Rio Grande do Norte.
Dos 16 blocos para exploração de minério de ferro, a
Mhag está produzindo em 4
áreas. As exportações desse
minério são feitas pelo porto
de Suape (PE).
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