São Paulo, sábado, 09 de outubro de 2010

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VAIVÉM

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Estados Unidos fazem nova redução de safra

A supersafra norte-americana de grãos não está se confirmando. É o que apontam os dados de oferta e de demanda divulgados ontem pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.
Bom para os produtores brasileiros porque esse cenário eleva os preços das commodities. Ontem, Chicago fechou no limite permitido para os reajustes de preços para as principais commodities.
Ruim para os consumidores porque a pressão das commodities continua, afetando a inflação e o bolso nas próximas semanas.
A safra norte-americana não se concretiza porque, além de os dados de área de plantio terem sido superdimensionados no início da safra, a produtividade da safra 2010/11 não está se concretizando, ficando abaixo da de 2009/10.
Os novos números do Usda registraram queda de 500 mil hectares na área de soja, que recuou para 31,4 milhões de hectares. Nesse mesmo período, a produtividade caiu para 2.986 quilos por hectare, após ter atingido 3.006 quilos em 2009/10.
Com isso, a safra total de soja deverá recuar para 92,75 milhões de toneladas, conforme estimativas divulgadas ontem. Em setembro, o órgão norte-americano previa produção de 94,79 milhões de toneladas.
A situação do milho é ainda mais complicada e se torna dramática para o abastecimento norte-americano, segundo Fernando Muraro, da Agência Rural. "A produtividade deste ano deverá cair nove sacas por hectare em relação ao ano passado. Os números do Usda indicam apenas 163 sacas por hectare."
Os norte-americanos vão ter de trabalhar com uma oferta menor do cereal e elevar a área em 2010/11 para recompor estoques. Essa pressão sobre o milho puxa também os preços da soja, que disputa área com o produto.
Os estoques finais de milho caíram para 22,9 milhões de toneladas nos EUA, apenas 6,7% do consumo.
A safra de trigo também será menor. Prevista no mês passado em 61,6 milhões de toneladas, recua para 60,5 milhões, conforme as novas estimativas do Usda.

Dia de alta Os números de safra e de abastecimento de ontem do Usda mexeram com o mercado, que fechou em alta. A soja voltou a superar US$ 11 por bushel (27,2 quilos), atingindo US$ 11,35. A alta foi de 6,6% no primeiro contrato.

Pressão Os preços do milho também sofreram a pressão da estimativa de uma safra menor. O primeiro contrato subiu para US$ 5,28 por bushel (25,4 quilos), com alta de 6%.

Disparou O trigo teve a maior alta do dia. Ao subir para US$ 7,19 por bushel (27,2 quilos), foi reajustado em 9,1% no dia. Os estoques finais do produto caíram 5%, segundo informações de ontem do Usda.

Influência A alta dos preços dos grãos em Chicago impulsionou também as commodities de Nova York. O café, com liderança de alta ontem na Bolsa de commodities nova-iorquina, foi a US$ 1,82 por libra-peso, 5% mais do que na quinta-feira.

Mais com menos As exportações de carne suína mantiveram queda no volume, mas a recuperação dos preços internacionais fez com que o setor trouxesse mais divisas para o país.

Queda Nos nove primeiros meses do ano, o volume exportado de carne suína caiu para 448,7 mil toneladas, com recuo de 8,2%, mas as receitas subiram para US$ 1 bilhão -14% mais.

OLHO NO PREÇO
COTAÇÕES


Londres

BRENT
(US$ por barril) 84,03

ZINCO
(US$ por tonelada) 2.232

Mercado Interno

SOJA
(R$ por saca) 39,56

MILHO
(R$ por saca) 18,83


Com KARLA DOMINGUES


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