São Paulo, quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros RECESSÃO Relatório independente diz que FMI foi incapaz de prever a crise global DE WASHINGTON - Um grupo independente do FMI encarregado de avaliar as ações do órgão antes do estouro da última crise global, em 2008, soltou uma avalanche de críticas, de falhas em alertar para riscos a "incapacidade de funcionários de desafiar e criticar políticas de governos ricos". A revisão catastrófica do IEO (Independent Evaluation Office, escritório de avaliação independente, na sigla em inglês) foi recebida pelo FMI com tom de mea-culpa e divulgada em seu site. O diretor-gerente do Fundo, Dominique Strauss-Kahn, disse que já havia sido reconhecido que o FMI não alertou para a crise de maneira "suficientemente direta". O relatório afirma que o FMI passou anos endossando políticas e práticas financeiras que eram erroneamente vistas como estímulos para crescimento rápido. Enquanto vulnerabilidades foram apontadas em vários relatórios, o órgão foi incapaz de reconhecer o risco e reagir a ele, em parte devido à crença generalizada sobre a resiliência de mercados nos Estados Unidos e no Reino Unido. O IEO também faz comentários destruidores sobre a cultura interna do Fundo. Relata que existem desincentivos para funcionários manifestarem visões contrárias às consagradas e critica pressões políticas sobre sua atuação. "Funcionários do FMI ficavam desconfortáveis em desafiar visões de autoridades de economias avançadas em temas regulatórios e monetários (...); foram influenciados demais, e algumas vezes pareciam impressionados em excesso com a reputação e o conhecimento" dessas autoridades, afirma. Cita que alguns países avançados fazem pressão aberta para amenizar alertas e críticas do Fundo. E pior: afirma que as equipes ficam mais confortáveis em apresentar análises duras em relação a economias emergentes. O IEO sugere passos como encorajar honestidade, considerar opiniões discordantes e incentivar funcionários a "falar a verdade" para os que estão "no poder". Texto Anterior: Inflação se espalha e coloca meta em risco Próximo Texto: Venda de smartphones supera a de PCs Índice | Comunicar Erros

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