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VAIVÉM
MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br
Para Rabobank, crise pode afetar algodão
A demanda mundial de algodão está aquecida, a produção reage pouco e os estoques não se recompõem. É o
que mostram os dados do Comitê Consultivo Internacional do Algodão.
Com esse cenário, os preços da commodity continuariam pressionados. O Rabobank afirma, no entanto,
que, apesar das atuais perspectivas de oferta e de demanda globais darem sustentação aos preços internacionais ao longo de 2010/11,
uma nova crise econômica
mundial poderia provocar
queda nos preços do produto.
A crise atual teve origem
na economia grega e já se
manifestou, em menor escala, em vários outros países da
Europa como Espanha, Portugal, Itália e Hungria.
Diante dessa possibilidade
de aumento da crise, os produtores devem ficar atentos
aos movimentos econômicos
globais para se proteger de
eventual redução de demanda, alerta o Rabobank em um
estudo do Agri Focus, estudos rotineiros do banco que
avaliam o setor agrícola.
Uma recessão na Europa
provocaria efeitos em outras
economias desenvolvidas e
em países emergentes, trazendo enfraquecimento da
demanda de commodities.
Avaliação do banco mostra
que consumo de algodão e
renda caminham juntos.
Uma elevação de 10% na
renda provoca alta de 9,1%
no consumo de têxteis. Nas
crises financeiras, no entanto, os efeito da queda de renda é muito forte no consumo
dessa commodity.
Em 2008/9, por exemplo,
enquanto a renda recuou
6%, o consumo de algodão
caiu 12%. Se o PIB mundial se
mantiver em um ritmo de
4,3% neste ano, previstos pelo Fundo Monetário Internacional, os preços do algodão
podem continuar elevados.
Um crescimento de apenas 2% no PIB mundial provocaria uma queda de 1,4%
no consumo de algodão. Nesse caso, os preços cairiam 6%
em relação ao potencial previsto pelo Comitê Consultivo.
No caso de uma repetição
da crise de 2008, o consumo
cairia 3,4%, e os preços, 16%.
Foco O grupo argentino
Los Grobo, um dos maiores
do setor agrícola no Mercosul, coloca o Brasil em foco e
tem planos ambiciosos para
a safra 2010/11, ampliando a
produção por aqui, segundo
a Reuters de São Paulo.
Mais soja Gustavo Grobocopatel, presidente do
grupo, diz que a empresa deverá ampliar a "originação"
de grãos para 3 milhões de toneladas no Mercosul nesta
safra, 500 mil toneladas a
mais do que na anterior.
Mais área Para aumentar a "originação", o grupo
vai semear até 80 mil hectares na safra 2010/11, principalmente na região conhecida por Mapito (MA, PI e TO).
No Mercosul, são 300 mil
hectares plantados.
Em queda O clima favorável permitiu forte redução
dos preços dos produtos comercializados na Ceagesp no
mês passado. As verduras recuaram 16% e os legumes,
12%. Na média, a queda foi
de 7% no mês, acumulando
recuo de 0,12% no ano.
Ferro O IGP-DI (Índice
Geral de Preços) de maio foi a
1,57%, acima do esperado
pelo mercado. Uma das pressões veio do minério de ferro,
que subiu 75,2%, segundo a
consultoria Rosenberg.
Feijão Demanda e redução de área na segunda safra
continuam elevando o preço
do feijão. Os melhores negócios ocorrem a R$ 165 por saca, em São Paulo. Pesquisa
da Folha mostrou que, em
média, a saca vale R$ 142,
com alta de 8,1% no dia.
CARNE
Suspensão
da exportação não
agrada a frigoríficos
Os principais frigoríficos do
país estão descontentes com a
suspensão da exportação de
carne industrializada para os
EUA, medida tomada pela
Agricultura. O resíduo de vermífugo acima do permitido foi
encontrado em apenas uma
unidade exportadora e a suspensão recaiu sobre todos.
Com KARLA DOMINGUES
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