São Paulo, quinta-feira, 10 de junho de 2010

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VAIVÉM

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Para Rabobank, crise pode afetar algodão

A demanda mundial de algodão está aquecida, a produção reage pouco e os estoques não se recompõem. É o que mostram os dados do Comitê Consultivo Internacional do Algodão.
Com esse cenário, os preços da commodity continuariam pressionados. O Rabobank afirma, no entanto, que, apesar das atuais perspectivas de oferta e de demanda globais darem sustentação aos preços internacionais ao longo de 2010/11, uma nova crise econômica mundial poderia provocar queda nos preços do produto.
A crise atual teve origem na economia grega e já se manifestou, em menor escala, em vários outros países da Europa como Espanha, Portugal, Itália e Hungria.
Diante dessa possibilidade de aumento da crise, os produtores devem ficar atentos aos movimentos econômicos globais para se proteger de eventual redução de demanda, alerta o Rabobank em um estudo do Agri Focus, estudos rotineiros do banco que avaliam o setor agrícola.
Uma recessão na Europa provocaria efeitos em outras economias desenvolvidas e em países emergentes, trazendo enfraquecimento da demanda de commodities. Avaliação do banco mostra que consumo de algodão e renda caminham juntos.
Uma elevação de 10% na renda provoca alta de 9,1% no consumo de têxteis. Nas crises financeiras, no entanto, os efeito da queda de renda é muito forte no consumo dessa commodity.
Em 2008/9, por exemplo, enquanto a renda recuou 6%, o consumo de algodão caiu 12%. Se o PIB mundial se mantiver em um ritmo de 4,3% neste ano, previstos pelo Fundo Monetário Internacional, os preços do algodão podem continuar elevados.
Um crescimento de apenas 2% no PIB mundial provocaria uma queda de 1,4% no consumo de algodão. Nesse caso, os preços cairiam 6% em relação ao potencial previsto pelo Comitê Consultivo.
No caso de uma repetição da crise de 2008, o consumo cairia 3,4%, e os preços, 16%.

Foco O grupo argentino Los Grobo, um dos maiores do setor agrícola no Mercosul, coloca o Brasil em foco e tem planos ambiciosos para a safra 2010/11, ampliando a produção por aqui, segundo a Reuters de São Paulo.

Mais soja Gustavo Grobocopatel, presidente do grupo, diz que a empresa deverá ampliar a "originação" de grãos para 3 milhões de toneladas no Mercosul nesta safra, 500 mil toneladas a mais do que na anterior.

Mais área Para aumentar a "originação", o grupo vai semear até 80 mil hectares na safra 2010/11, principalmente na região conhecida por Mapito (MA, PI e TO). No Mercosul, são 300 mil hectares plantados.

Em queda O clima favorável permitiu forte redução dos preços dos produtos comercializados na Ceagesp no mês passado. As verduras recuaram 16% e os legumes, 12%. Na média, a queda foi de 7% no mês, acumulando recuo de 0,12% no ano.

Ferro O IGP-DI (Índice Geral de Preços) de maio foi a 1,57%, acima do esperado pelo mercado. Uma das pressões veio do minério de ferro, que subiu 75,2%, segundo a consultoria Rosenberg. Feijão Demanda e redução de área na segunda safra continuam elevando o preço do feijão. Os melhores negócios ocorrem a R$ 165 por saca, em São Paulo. Pesquisa da Folha mostrou que, em média, a saca vale R$ 142, com alta de 8,1% no dia.

CARNE
Suspensão da exportação não agrada a frigoríficos

Os principais frigoríficos do país estão descontentes com a suspensão da exportação de carne industrializada para os EUA, medida tomada pela Agricultura. O resíduo de vermífugo acima do permitido foi encontrado em apenas uma unidade exportadora e a suspensão recaiu sobre todos.

Com KARLA DOMINGUES



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