São Paulo, sexta-feira, 11 de junho de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FOCO

Clima eleitoral leva governo a nova derrota na distribuição dos royalties

FERNANDA ODILLA
Alan Marques/ Folhapress
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), e Arthur Virgílio (PSDB-AM) durante a votação do Fundo Social

DE BRASÍLIA

Os governistas creditam a derrota no Senado na madrugada de ontem ao "clima eleitoral".
Ao aprovarem por 41 votos a 28 a emenda que redistribui de forma igualitária os royalties do petróleo a todos Estados e municípios, os congressistas abandonaram a fidelidade partidária em nome dos interesses das unidades da federação que representam.
"Não podíamos controlar a base em período eleitoral", admitiu o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).
Ele, junto com o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais), tentou em vão mobilizar os governistas para adiar para novembro o debate da redistribuição dos royalties do petróleo.
O esforço governista foi derrotado pelo apelo do senador Pedro Simon (PMDB-RS) que, em parceria com os deputados federais que coordenaram a revolta na Câmara, foi o grande articulador da divisão igualitária.
Senadores até mesmo do PT foram sensibilizados com a tabela que Simon e seus aliados distribuíram comparando valores dos repasses atuais e como poderia ficar se os royalties fossem redistribuídos com critérios dos fundos de participação dos municípios e dos Estados.
Com a aprovação da proposta, aplausos e gritos no plenário deixaram claro que o governo não havia feito um trabalho de convencimento para derrubar a emenda.
Na hora da votação, os governistas já sabiam que teriam dificuldades de deixar o debate dos royalties para depois das eleições.
Preferiram garantir a aprovação da partilha como regime de exploração e deixar para a Câmara ou para o presidente Lula o ônus de escolher entre agradar Rio de Janeiro e Espírito Santo, os principais prejudicados, e o restante dos Estados.


Texto Anterior: Para Cabral, emenda dos royalties é "covarde"
Próximo Texto: Debate sobre o pré-sal é superficial, diz Hartung
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.