São Paulo, terça-feira, 13 de julho de 2010

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Vaivém

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Com mercado "equilibrado", frango vivo sobe

O preço do frango vivo iniciou uma trajetória de recuperação esperada há meses pelo setor. Desde o início de julho, a ave viva acumula alta de 14,3% em São Paulo -ontem, foi vendida a R$ 1,60 por quilo.
A retomada, no entanto, não foi suficiente para recuperar as perdas recentes dos produtores. No acumulado de 2010, o preço do frango vivo ainda cai 3%.
Os valores atuais também são menores do que os praticados em fevereiro, quando o frango chegou a retornar ao patamar de R$ 1,65 por quilo, verificado ao final de 2008.
Esse movimento -até agora pontual, mas visto por alguns produtores como tendência- deve-se principalmente ao fim do desequilíbrio de mercado ocasionado pela proibição das vendas de frango temperado pelo Ministério da Agricultura, em vigor desde abril deste ano.
Com essa medida, tomada pelo governo para inibir fraudes em relação à mistura de água no produto, muitos produtores migraram do frango temperado para o "in natura", provocando queda nos preços da ave abatida.
Com isso, caiu também o preço pago às granjas pela ave viva.
Passado o período de ajustes, os preços começaram a subir.
"O que esperávamos que acontecesse em março, com a retomada das exportações brasileiras, está ocorrendo só agora", afirma Erico Pozzer, da APA (Associação Paulista de Avicultura).
O recente aumento nos preços da carne bovina, refletindo a alta do boi gordo, também dá suporte ao frango, já que as duas proteínas disputam o mesmo consumidor.
Além disso, a expectativa de continuidade da recuperação das exportações deve estimular preços mais altos do que os praticados nos últimos meses nas granjas.
No primeiro semestre, a receita com os embarques de frango subiu 24%, para US$ 2,6 bilhões. O volume avançou 19%, atingindo 1,6 milhão de toneladas.

Promessa A UE vai avaliar o pedido do Brasil para ampliar as vendas de carne bovina para o bloco. No ano passado, elas caíram 85%. O governo pede a flexibilização de normas impostas pela UE para a exportação de carnes.

Rastreabilidade Os europeus vão estudar a possibilidade de o Brasil passar a indicar as fazendas credenciadas a exportar carne para a UE. Hoje, o próprio bloco aponta quem pode vender à Europa, medida que dificulta o acesso àquele mercado.

Retomada O Brasil exportou US$ 16,5 milhões por dia em couro nas duas primeiras semanas deste mês, 51% acima do apurado no mesmo período de 2009. A receita no acumulado deste ano já supera o total embarcado em 2008.

Para cima O preço do café iniciou a semana em alta no mercado interno. A saca de 60 quilos foi vendida nas cooperativas a R$ 310 -produto de melhor qualidade-, com alta de 3%.

Preparando o terreno Os produtores aceleram as compras de insumos para a safra de verão. Segundo a Secex, eles importaram, por dia, o equivalente a US$ 17,5 milhões em adubos e fertilizantes nas duas primeiras semanas deste mês.

Trajetória O montante é 39% maior do que o registrado em junho, mas ainda é 22% inferior ao apurado no mesmo período de 2009.

OLHO NO PREÇO
COTAÇÕES


Mercado Interno

ARROZ
(saca de 50 quilos) R$ 26,3
FEIJÃO
(saca de 60 quilos) R$ 114

Chicago

SOJA
(dólar por bushel) 10,3
MILHO
(dólar por bushel) 3,71
TRIGO
(dólar por bushel) 5,2


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