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Telefonia brasileira sustenta expansão de matriz na Europa
Resultados no país ajudaram operadoras afetadas pela crise
DE SÃO PAULO
O Brasil está ajudando a
sustentar o crescimento das
operadoras estrangeiras afetadas pela crise financeira.
O atual ritmo de crescimento do mercado brasileiro
está fazendo aumentar não
somente a receita das matrizes, mas também seu lucro.
No terceiro trimestre, TIM,
Telefônica e Vivo contribuíram para fortificar o caixa de
suas sedes que ficam em países severamente afetados pela crise financeira.
"Vamos falar cada vez
mais português", disse César
Alierta, presidente mundial
da Telefónica na última reunião de executivos, ocorrida
no final de setembro.
Não é por acaso. Com base
no último balanço do grupo
espanhol, o Brasil já superou
a matriz em número de clientes e é o segundo maior gerador de receitas, perdendo somente para a Espanha.
Isso ocorreu após a incorporação da Vivo, cujo controle os espanhóis dividiam
com a PT (Portugal Telecom).
No final de setembro, os portugueses venderam seus
30% na Vivo à Telefónica.
No balanço, a operadora
espanhola só pode declarar
parte dos resultados financeiros da Vivo. O impacto do
negócio não foi totalmente
percebido, mas somente em
economias contábeis foram
R$ 9,6 bilhões até setembro.
Com o encerramento do
quarto trimestre, quando a
integração estará completa,
o Brasil representará 19% das
receitas do grupo (um salto
de 4%) e 17,4% da geração de
lucro (4,4% a mais).
Essa mudança já fez o Brasil se tornar uma unidade de
negócios independente dentro da divisão que congrega
os países da América Latina.
Para a PT, antiga sócia da
Telefónica na Vivo, o negócio
também permitiu uma distribuição recorde de lucros. Antes a remuneração prevista
era de R$ 1,58 por ação. Agora, subiu para R$ 1,79 e será
pago ainda um dividendo extra de R$ 2,75 por ação. No total, serão distribuídos cerca
de R$ 4 bilhões.
Parte do que sobrou da
venda do controle da Vivo será reinvestido na entrada dos
portugueses na Oi. Para o
presidente da PT, Zeinal Bava, o Brasil é estratégico para
a companhia.
Quase metade das receitas
da PT saíam do Brasil. Com
as perspectivas de crescimento do mercado brasileiro, principalmente no acesso
à internet, a meta é ampliar o
peso do Brasil nas receitas.
OUTRO FÔLEGO
Embora não abra seus resultados por países de atuação, a TI (Telecom Italia)
-controladora da TIM-
também disse ter registrado
aumento da participação do
país em seus resultados.
Recentemente, Gabriele
Galateri, presidente do conselho da TI, afirmou que o
país já tem o peso do mercado doméstico italiano, mas
com um "potencial maior".
Para ele, são enormes as
perspectivas de crescimento
do mercado brasileiro com a
telefonia móvel e a internet.
Estima-se que, até 2018, serão 180 milhões de acessos
em banda larga, sendo 120
milhões pela rede móvel (celular) e 60 milhões pela fixa.
Com a aquisição da Intelig, operadora fixa concorrente da Embratel (do bilionário mexicano Carlos Slim),
a TIM já ganhou competitividade na disputa pelo mercado de voz, ultrapassando sua
concorrente nas chamadas
de longa distância.
Até mesmo as linhas fixas,
que estavam em declínio
-seguindo uma tendência
mundial- voltaram a crescer
segundo a Telefônica.
Isso tudo devido à ascensão das classes C e D, que estão agora tendo acesso aos
serviços de comunicação fixa. Para eles, a telefonia celular pré-paga era a única forma de inclusão até então.
Esse cenário combinado à
crise que ainda afeta Portugal, Itália e Espanha continuará aumentando a importância do Brasil.
(JW)
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