São Paulo, quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011 |
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Balanço mostra banco de Silvio inviável Apesar de ser "máquina" de fazer empréstimos, instituição tinha custos elevados de captação e de comissões Novos donos, Caixa e BTG Pactual garantirão dinheiro com custo baixo; negócio e foco serão remodelados TONI SCIARRETTA DE SÃO PAULO O balanço do PanAmericano revelou que o banco, apesar de ser uma "máquina" de fazer empréstimos, não era viável comercialmente da forma como foi concebido. Tinha custos elevadíssimos para captar dinheiro -chegou a pagar juros de 30% ao ano para um CDB, enquanto a concorrência pagava menos de 9%- e ainda repassava comissões polpudas (R$ 137 milhões só em dezembro) à rede de franqueados e de lojistas, que "vende" os empréstimos. Em dezembro, único mês de balanço sob a nova gestão, o banco teve um prejuízo de R$ 142 milhões, mesmo "produzindo" R$ 1 bilhão em créditos que depois são vendidos para outros bancos. Naquele mês, só a atividade de crédito trouxe uma receita de R$ 179 milhões -insuficiente para pagar as despesas de R$ 184 milhões para fazer esses empréstimos. E isso antes de pagar R$ 164 milhões em despesas como salários, comissões, aluguel e tributos, entre outros custos só parcialmente cobertos pela arrecadação de R$ 21 milhões em tarifas. O prejuízo só não foi maior em dezembro porque, no caso do PanAmericano, o Imposto de Renda trouxe um ganho de R$ 23 milhões por conta de benefício fiscal devido a prejuízos anteriores. Para Celso Antunes da Costa, que comandou o banco após o escândalo contábil, a derrocada decorre mais de má gestão do que de eventual desvio de dinheiro. "Os sistemas contábeis e de controles do banco estavam corrompidos. Existia um acúmulo de funções em cima de algumas poucas pessoas. Mudamos isso", disse. SOCORRO Para viabilizar a operação do PanAmericano, os dois principais sócios -Caixa Econômica Federal e BTG Pactual- terão de garantir dinheiro com custo baixo. A Caixa se comprometeu a comprar até R$ 8 bilhões em empréstimos que o banco fizer e ainda emprestar mais R$ 2 bilhões com taxas baixas. O BTG Pactual também garante mais R$ 4 bilhões. Além do crédito ao consumidor, o banco agora quer focar as pequenas e médias empresas, segmento mais rentável e próximo da área de atuação do Pactual. "Não tenho dúvidas de que o banco é viável. Uma maioria de funcionários foi vítima de uma minoria." Finalmente, o banco pouco pagará impostos nos próximos anos. Só de tributos que não serão pagos devido a benefícios fiscais permitidos, o PanAmericano já consegue contabilizar hoje R$ 1,5 bilhão -esse valor pode crescer em mais R$ 500 milhões. Com presença nacional, o banco tem mais de 20 mil parceiros comerciais e 270 lojas próprias, que atendem 2,1 milhões de clientes. É o primeiro em financiamento de motos e o quinto em carros. Texto Anterior: Foco: Livraria americana Borders pede concordata nos EUA Próximo Texto: "Torturamos os números e eles confessaram" Índice | Comunicar Erros |
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