São Paulo, sábado, 17 de setembro de 2011 |
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ANÁLISE PECUÁRIA Gerenciamento e controle são vitais na atividade leiteira MARCO AURÉLIO BERGAMASCHI ESPECIAL PARA A FOLHA A composição do rebanho, ou seja, a distribuição de animais por faixa etária (bezerras, novilhas, vacas e machos) influencia a rentabilidade da atividade leiteira. Se, por um lado, as bezerras e novilhas, animais de reposição, serão fonte de renda no futuro, quando começarem a produzir, por outro, exigem recursos financeiros e humanos nada desprezíveis, que elevam os custos. É comum observar nos rebanhos nacionais que a proporção de vacas é de 30% a 35%. E, não raro, desse percentual só 50% estão em lactação, ou seja, efetivamente produzindo leite. Esse fato já perdura por várias décadas. Essas vacas deverão gerar renda não apenas para cobrir os custos operacionais e fixos, mas também para garantir uma vida digna ao produtor e a sua família. É claro que essa conta não fecha. Para aumentar a proporção de vacas no rebanho, o produtor deve oferecer condições para que a bezerra se desenvolva rapidamente. A pesagem mensal se torna imprescindível para possibilitar ajustes na dieta. Ganhos de peso abaixo do ideal retardam o crescimento e aumentam o tempo da fêmea tornar-se apta à reprodução. Por outro lado, animais que engordam rápido demais acumulam gordura na glândula mamária e no sistema reprodutivo, comprometendo a produção de leite e a reprodução. A nutrição adequada da vaca, principalmente no período próximo ao parto e no primeiro terço da lactação, garante, além da produção de leite, o retorno à atividade reprodutiva mais cedo. A genética também influencia na precocidade dos animais. Fêmeas azebuadas são mais tardias e apresentam lactações mais curtas, comprometendo a composição do rebanho. As raças especializadas podem ter o primeiro parto aos dois anos, que é a idade ideal quando se busca eficiência. Outro ponto favorável do uso de animais de maior aptidão leiteira é a possibilidade de descarte precoce dos bezerros. A mão de obra é reduzida, pois não é necessário criá-los, e o manejo é simplificado, uma vez que não é preciso conduzi-los para a ordenha com a mãe, para estimular a extração do leite. Gerenciamento e controle são fundamentais quando está em pauta a lucratividade da atividade leiteira. MARCO AURÉLIO BERGAMASCHI é médico veterinário, doutor e responsável pelo Sistema de Leite da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos - SP). Texto Anterior: Commodities: Indústria promete repassar redução no custo da energia Próximo Texto: Vaivém - Mauro Zafalon: IPI maior sobre carro importado ajuda usinas Índice | Comunicar Erros |
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